Caso o Governo Federal tivesse seguido seu cronograma normal de obras, a tão esperada Adutora do Pajéu poderia ter eliminado a sede de milhares de sertanejos. O problema é que, há mais de um ano, dezenas canos de tubulação continuam jogados ao relento, às margens da BR-232, sem qualquer perspectiva de utilização.

Se demonstrando inconformado com o fato, o deputado Inocêncio Oliveira (PR) fez um pronunciamento, no plenário da Câmara dos Deputados, semana passada, cobrando de seus próprios aliados – o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, e o governador Eduardo Campos – trabalho para agilizar as obras.

“Peço a agilização da Adutora do Pajeú, cujos canos estão todos comprados. Inclusive, com ramal para as cidades de Triunfo e Santa Cruz da Baixa Verde, que passam por grandes dificuldades”, disse o deputado, que também cobrou cleridade nas obras de transposição do rio São Francisco. “Não é que vai resolver todos os problemas do Nordeste (a transposição), mas vai levar água para 12 milhões de pessoas”, enfatizou cacique.

Curioso

O curioso é que, em abril do ano passado, o governador Eduardo Campos e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, chegaram a assinar uma ordem de serviço de retomada das obras da adutora. “Esta é uma antiga demanda da região que já parou tantas vezes. Agora vai até o fim”, disse Bezerra Coelho, na época.

“A obra vai servir, por exemplo, que Serra Talhada tenha abastecimento 24 horas”, exultou Eduardo Campos.  Hoje, a região se encontra dependente de carros-pipas, e com uma forte tendência de racionamento também na zona urbana, já a  partir de meados de agosto ou setembro, como informa o Dnocs.

A Adutora do Pajeú, quando concluida, terá 384 quilômetros de extensão e vai abastecer, com águas do rio São Francisco, cerca de 200 mil pessoas. A primeira etapa do projeto está orçado em R$ 200 milhões e  a segunda em torno de R$ 700 milhões. Mas, por enquanto, onde estão os milhões?