Foto: Alejandro García/Farol
Prometendo investir pesado no fortalecimento da educação no município, o prefeito Luciano Duque está fechando os olhos para uma realidade gritante. Diariamente, professores da rede municipal estão sendo transportados em carros sucateados e sem qualquer condição de segurança para dar aulas na zona rural. Como resultado, muito docentes estão desestimulados. Alguns deles procuraram a redação do FAROL nesta quinta-feira (8) para denunciar a situação de precariedade em que os professores estão sendo submetidos todos os dias.
Atualmente, o veículo que transporta os docentes é um modelo Veraneio fabricado há muitas décadas atrás e que não tem cinto de segurança, está com falha no freio e nas fechaduras de portas e janelas. Sem contar na total falta de conforto. Outra reclamação preocupante é com relação ao motorista. Em certas ocasiões, na ausência do titular, o carro vem sendo entregue nas mãos de um adolescente sem habilitação. Muitos professores relatam que estão com medo de acidentes, principalmente, porque o garoto costuma correr.
“Não tem cinto de segurança, não tem velocímetro e para o carro conseguir frear, o motorista tem que apertar o pé três vezes! O freio está danificado! Inclusive, quando a gente levanta dos bancos tem que segurar, caso contrário eles saem junto com a gente. A situação é precária. O carro está sem condição de uso. O carro foi parado pela Polícia Rodoviária Federal há quase 3 meses atrás e estava com o documento atrasado, além de todos esses equipamentos de segurança em falta. Não tinha nem triângulo. Mas, mesmo assim, esse carro foi liberado. Não sei como, mas o carro foi liberado”, denunciou a professora Ivonete Magalhães.
“O transporte não dá nenhuma segurança à respeito da vida. Nós, professores, somos formadores de opinião; queremos chamar a atenção da população para o que acontece, nossos familiares, nossos alunos, os pais de nossos alunos já veem o que acontece e nossa intenção é que a população em geral veja também. Que todos direcionem seu olhar ao professor, para a situação precária com a qual ele se locomove para seu ambiente de trabalho, que não nos dá a segurança diária que precisamos. Portas que se abrem, sem borracha, sem maçaneta, vidros que baixam sozinhos”, reclamou a docente Patrícia Vieira.
OUTRO LADO
“Estamos nos reunindo com o pessoal do sindicato, os professores que viajam para a zona rural e o motorista já na próxima segunda-feira. Vamos solicitar que o motorista troque de veículo por um outro melhor”, garantiu Edmar Júnior.
Em conversa com o FAROL, a classe de professores disse ainda que este problema já acontece há três anos. “Já procuramos o secretário e o prefeito e nada. Estamos sendo tratados dessa forma deplorável e prestes a sermos vítimas de uma grave acidente”, alertou a professora Patrícia Vieira.
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