Fotos cedidas ao Farol de Notícias

Publicado às 21h33 desta sexta (29) 

Na semana do Dia da Empregada Doméstica, a reportagem do Farol de Notícias desvendou os detalhes e a vida da diarista dos famosos. Uma serra-talhadense que já trabalhou e trabalha há 30 anos na casa de famílias influentes da cidade. Maria José Rodrigues, 45 anos, natural do Sítio João dos Gaias, na zona rural de Serra Talhada. Filha de Helena Ferreira Rodrigues e Joaquim Rodrigues Neto, 74 anos.

A cidade inteira a conhece pelo apelido de infância que todos carinhosamente chamam de Lia. Começou ao lado da saudosa mãe, Helena Rodrigues, falecida em 2014, aos 62 anos, na casa da família Duque de Godoy. É uma daquelas mulheres à frente de seu tempo, com uma criticidade política e social que poucos tem mesmo com muito estudo.

Estudou até o 9º ano nas escolas Antônio Medeiros, no Antônio Timóteo e no Solidônio Leite, parou em 2004. Na época, seu único filho tinha apenas 2 anos, hoje é homem feito, trabalha e apesar de todas as dificuldades da família é o amor incondicional de Lia., dividido apenas com a sobrinha que leva o mesmo nome da mãe.

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“Eu comecei tinha 15 anos, eu na casa de Luciano Duque e minha mãe na casa de João Duque. Minha mãe trabalhou a vida toda como lavadeira, morava no sítio, era agricultora e antes de vir morar na cidade já lavava a roupa do povo. Depois de um ano viemos morar na cidade e eu passei ainda uns 9 meses trabalhando na casa do prefeito. Continuei e até hoje, depois que Wagno nasceu aí foi que eu tive que trabalhar mesmo”.

DIARISTA DOS FAMOSOS

Ao Farol, Maria Rodrigues abriu o coração contando das memórias boas que tem e do carinho que deu e recebeu em muitas casas que passou. A lida diária difícil e a desvalorização da profissão vem sendo retribuída apenas com o sustento de sua própria casa e as amizades que conquistou.

“Sabe com quem eu já trabalhei? Cuidei delas pequenas? Ítala e Brenda! Trabalhei com Luciano Duque, trabalho com Dra. Viviane, com Dr. Alan Pereira Sá, com Mário Sá, fui a cuidadora da mãe de Rêmulo Callou, Dona Eliza. Fiquei com ela até o seu último dia, foram 2 anos e 4 meses. Uma das únicas vezes que trabalhei de carteira assinada. Trabalho na casa da família da repórter do Farol“, contou Lia às gargalhadas, orgulhosa dos clientes ilustres e queridos.

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DE MÃE PARA FILHA

Ainda jovem sonhava em ser policial, mas hoje diz-se acostumada com a profissão. O dia de trabalho de Lia sempre começa com um café e uma boa conversa na cozinha, comenta as principais manchetes do Farol de Notícias e destaques políticos do seu amado Lula, defende seu presidente com unhas e dentes. Para ela, o legado e a herança mais importante é a que sua mãe deixou é a honestidade.

“Eu gosto de trabalhar como empregada, me acostumei. Quando eu era adolescente eu sonhava em ser policial, mas hoje se eu fosse eu não queria. Eu estou feliz, cada dia da semana vou para uma casa diferente. Tenho o dia de quarta para resolver outras coisas, por falar nisso amanhã eu vou, acho que vou perder meu cartão”, comentou ela, gargalhando e em seguida deixando escapar algumas lágrimas tímidas ao pensar na querida mãe:

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“Minha mãe me ensinou muita coisa boa. A honestidade que ela sempre pregou. Ela me ensinou isso sempre: o que é seu, é seu. O que é do outro, é do outro. Pode ser R$ 0,10 centavos, não é seu, é da pessoa e deixe onde vocês achou. Se você sabe de quem é, entregue, devolva. Isso foi tudo o que ela deixou. Para quem não tem estudo, para quem não tem riqueza financeira, a riqueza maior é a honestidade”.