Publicado às 04h10 desta segunda-feira (29)

Em 1985, o Brasil voltou a ter um presidente civil, mas eleito de forma indireta. Chegava ao fim a ditadura militar. O então presidente Tancredo Neves, eleito por um ‘colégio eleitoral’ morreu antes de tomar posse. Em seu lugar assumiu José Sarney, que era o vice de Tancredo, e instituiu a chamada ‘Nova República’. Nesse primeiro ano de retorno à democracia, houve as primeiras eleições municipais diretas para as capitais e outras cidades.

Foi neste cenário que o atual prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), militava no movimento estudantil, e era monitorado pelo então Serviço Nacional de Informação (SNI), um instrumento usado pelos militares, no período da ditadura, que costumava vasculhar e monitorar a vida de ‘esquerdistas’. O Farol teve acesso a documentos confidenciais, que mostram que o prefeito, quando estudante, era espionado e considerado adepto de ‘ideias subversivas’.

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De acordo com os documentos, em dezembro de 1985, o então estudante Luciano Duque fez parte da chapa ‘DCE é Pra Lutar’ do Diretório Estudantil da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no cargo de secretário-geral. A chapa, segundo o SNI, tinha o apoio do Partido Revolucionário Comunista (PRC) e de simpatizantes do Partido dos Trabalhadores (PT). A chapa venceu com 3.687 votos, e defendia, entre outros pontos, a ruptura com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a revogação da Lei de Segurança Nacional.

“Na universidade tive um grande aprendizado participando das discussões sobre o nosso país e nossas cidades. Esse período da minha vida foi quando descobri, que através da política, podíamos mudar as vidas das pessoas. Isso me motivou a ingressar na política”, disse Luciano Duque, sem esconder uma pontinha de orgulho da militância na época.

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Ao ser questionado como foi conviver num período de transição, com a reabertura política, Duque revelou algumas lembranças. “Foi um período difícil por conta da repressão, nunca tive medo e escolhi o caminho . E foi a partir dessas convicções que construí minha vida pra ser um político que pudesse trazer desenvolvimento e melhor qualidade de vida pra nosso povo, pois sei que a vida das pessoas, só muda nas cidades”, sintetizou.