Foto: Farol de Notícias/Jéssica Guabiraba

Publicado às 04h08 desta terça-feira (22)

Por Jéssica Guabiraba, especial para o Farol

Nessa segunda-feira (21), com muita simpatia, Benona Nunes de Oliveira, 100 anos, recebeu a equipe do Farol de Notícias para falar sobre sua história. Ela diz como ficou surpresa com o fato de completar essa idade, revela o segredo de tanta vitalidade e dá conselhos para os jovens.

Com a audição quase que totalmente danificada, Dona Benona não sabe sobre a pandemia do novo coronavírus apesar de passar o dia assistindo, ela não entende o uso das máscaras e a ausência de seus familiares nesse período. Está sempre alegre e de bem com a vida. Maria Nilva de Lima e Silva, 62 anos, uma de suas cuidadoras fala que ela não dá um pingo de trabalho e é como uma bebê, só não escuta bem, mas é lúcida.

Ela nunca pensou que fosse chegar aos 100 anos de idade e se diz muito surpresa. Ao perguntar sobre como foi chegar a sua idade, ela respondeu com um sorriso. “Foi um assombro, eu nunca ouvi falar nisso na minha vida.”

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Dona Benona ajudou muita gente ao longo de sua vida e diz que o que a deixa mais feliz é poder ver as pessoas felizes. “O que mais gosto é ver todo mundo bem, feliz, trabalhando, sem intriga.”

CONSELHOS AOS 100 ANOS

Figura respeitada, Benona Olivera tem muita sabedoria quando fala de sua vitalidade, sempre comenta sobre o amor ao próximo e perdão, diz que a receita da beleza da vida é simples quando se ama.

“Eu sou louca por todo mundo. Sabe o que é a beleza? Vou ensinara você, é a pessoa gostar do povo. Eu gosto de todo mundo, até os que fazem mal a minha casa”. Católica fiel, ama assistir missa pela televisão e diz que todas as religiões têm boas intenções, mesmo que os nomes sejam diferentes.

“Olhe, toda religião vale a boa intenção, nem que tenham outros nomes, mas para mim a verdadeira mesmo é a católica.”

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A EDUCADORA

Sempre amou dar aula e começou a trabalhar ainda muito nova, Dona Benona não achava difícil lidar com os alunos e sempre tentava endireitar as situações complicadas. Aproveita para dá conselho aos jovens.

“É bom que os jovens obedeçam aos mais velhos, porque os velhos já viram muito o que passou. Além disso, a pessoa que sofreu, tem a facilidade de ensinar. Eu sou louca por vocês mais novos, porque sabem fazer as coisas, sabem perdoar.”

A centenária até hoje viva na casa que nasceu, casa essa que foi do seu avô, tem muito orgulho do lugar e da vida que levou, fala um pouco sobre a sua infância e de como era uma criança extrovertida.

“Olhe minha filha, desde a idade de 4 para 5 anos, eu saia para brincar na rua, com a meninada, fazia amizade com todo mundo. As mães não tinham essa história de prender, a gente brincava mesmo soltos, não era de ficar na casa de ninguém. Era cada um na sua casa, mas na hora da brincadeira a gente ia pra rua e fazia muita brincadeira e amizade”, relembra.

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Dona Benona, aos 100 anos esbanja amor ao próximo, abençoa todos que entram na sua casa e sempre deseja que Deus proteja aqueles que saem, mesmo se só estiverem passando pela calçada. Com muita fé em Deus, tem seus santos e imagens espalhadas pela casa.

Maria Nilva, fala que quando começou a trabalhar com Dona Benona, ela sempre falava que tinha o sonho de ser freira, mas com a morte da mãe e sem seguida de uma de suas irmãs, o sonho foi interrompido. Com isso um novo sonho surgiu, de ser professora e reconhecida.