Publicado às 15h15 desta sexta (7)

Após tentar se justificar, afirmando que não é ele quem está falando em reabrir o ano letivo em meio à pandemia do novo coronavírus, mas sim o Governo de Pernambuco, o prefeito Luciano Duque lançou uma questão intrigante à população, em entrevista ao programa Sertão Notícias, na rádio Cultura FM, nesta sexta-feira (7).

Afirmando que grande parte dos prefeitos é contra a volta às aulas este ano, já que não há  previsão certa de vacina para a Covid-19, Luciano disse que as prefeituras correm, no entanto, o risco de serem obrigadas pela Justiça a abrir o calendário funcional.

”Eu apanhei que nem burro brabo aí. O povo [falando] ‘o prefeito quer [reabrir as escolas], o prefeito quer abrir [as escolas]’ eu nunca vi tanto comentário, tanta notícia ruim me atribuindo a abertura das escolas. Na verdade, o primeiro prefeito que falou com o governador [Paulo Câmara] fui eu. Quando ele anunciou que em setembro ia abrir as escolas eu disse: governador, o grande problema que nós vamos ter com essa sua ideia é que os pais não querem, a maioria dos pais não querem. Aí foi colocado questões de ordem legal. Ontem [6] teve uma reunião no Tribunal de Contas do Estado e o tribunal recomendando a volta às aulas”, revelou Luciano Duque.

Veja também:   Corrida para aliança de Márcia e 'Sebá' avança com leque de nomes

“Nós administramos recursos públicos, os professores e os funcionários estão sendo pagos e a metade da rede está tendo aula”, afirmou o prefeito, argumentando: “Nós montamos o Educa Serra via EAD através do computador, do tablete, do celular, a metade das crianças estão assistindo aula, quem tem acesso à tecnologia e a internet, mas o resto não, e o Tribunal está dizendo: ‘como é que vocês vão justificar pagar a professor, a funcionário e o aluno não está assistindo aula?’ Há uma questão de ordem legal que está sendo discutida porque a maioria dos prefeitos de Pernambuco são contra a volta, agora se o Ministério Público chegar e obrigar, como é que fica situação nossa?”.

“SEREMOS OBRIGADOS, MAS A QUESTÃO É DOS PAIS”

Veja também:   ST dos anos 50 com 'pés' no passado e no futuro

Luciano Duque condicionou, porém, a volta às aulas a uma decisão dos pais. “Nós seremos obrigados a abrir? Sim, seremos obrigados porque se a Justiça determinar vai ter que abrir, agora se o pai não levar o menino na escola aí já não vai ser uma questão de ordem do governo municipal, é uma questão do pai. Mas nós sabemos também que a lei impõe e determina que o pai é responsável pela educação do filho”, afirmou.

“Se o filho não for para a escola eles [os pais] respondem. Evidentemente que na cidade todo mundo tem internet, é uma minoria que não tem acesso, agora na zona rural que não tem internet é impossível a gente atender essa clientela, então é preciso observar o que o governo vai decidir, o que o Ministério Público vai decidir, o que o Tribunal de Contas vai exigir dos municípios para depois tratar o assunto.”

Veja também:   'Apagão' deixa parte do centro e bairro de ST sem energia por 6h