Do Reuters

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou, em entrevista publicada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta segunda-feira, que considera “perfeitamente possível” governar sem o PSDB, mas garantiu que o governo deseja a permanência dos tucanos e por enquanto tem paciência “ilimitada”.

“Se o PSDB decidir sair, o que não desejamos, teremos de governar sem o PSDB”, disse Padilha, acrescentando que considera ser “perfeitamente possível”.

Questionado sobre o limite da paciência do governo com os tucanos, o ministro disse que “por enquanto” é ilimitada. “Nós temos de ter paciência para compreender nossos aliados e as suas circunstâncias, fazendo com que eles consigam cada vez mais aprimorar o apoio ao governo”.

Veja também:   Mulher é espancada após quebrar celular do marido em Calumbi

Diante da crise que atingiu o governo do presidente Michel Temer desde as delações de executivos da JBS, que levaram à apresentação de denúncia contra o presidente por crime de corrupção passiva, uma parcela do PSDB tem defendido o rompimento do partido com o governo.

O presidente interino da legenda, senador Tasso Jereissati (CE), tem feito pressão pelo desembarque, mas dirigentes do PSDB ainda não chegaram a um consenso de que é preciso romper imediatamente com o governo.

Na entrevista à Folha, Padilha também afirmou que o governo está pronto para a votação marcada para quarta-feira da denúncia contra Temer na Câmara dos Deputados, e reafirmou que cabe à oposição conseguir o quórum necessário para a votação.

Veja também:   Aliados de Márcia e Sebastião já caminham juntos em ST

O ministro, no entanto, se recusou a antecipar sua contagem de votos, dizendo que “qualquer número é prematuro”.

Após vitória do governo na Comissão de Constituição e Justiça contra a denúncia, a oposição precisa de 342 votos a favor de autorizar o Supremo Tribunal Federal a analisar a acusação contra o presidente, cenário aparentemente improvável no atual momento.

“À oposição é que interessa, neste momento, reverter o resultado da Comissão de Constituição e Justiça, e não ao governo”, afirmou Padilha.