Corte de gratificações, suspensão de contratos, demissão de cargos comissionados e até a redução do expediente na prefeitura são algumas das medidas que serão tomadas, até a próxima segunda-feira (15), pelo prefeito de Serra Talhada, Carlos Evandro. O pacote de austeridade foi anunciado pelo próprio prefeito, com exclusividade para o FAROL DE NOTICIAS, quando se encontrava em Brasília (DF), na tarde dessa quarta-feira (10), participando da comitiva da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

“Eu não tenho outra saída e preciso entregar a casa arrumada para o meu sucessor. O Fundo de Participação dos Municipios (FPM) caiu 20% e os prefeitos que foram à Brasília conversar com a ministra Ideli  Salvatti (Relações Institucionais), estão brigando por uma compensação de R$ 2 bilhões em virtude das quedas do FPM”, explicou Carlão, em conversa por telefone. Ele também declarou que as demissões que irão acontecer não se tratam, em hipótese alguma, de perseguição política.

“Vou ter que demitir pessoas aliadas, pois preciso fazer um enxugamento nas secretarias”, adiantou Evandro, justificando as medidas: “Porque preciso manter os salários em dia e também pagar o 13º”. O gestor disse ainda que está consciente da repercussão negativa das medidas que será obrigado a tomar. “Sei que são medidas amargas, ruins, mas necessárias. Mas não posso ir de encontro a lei”, explicou Carlos Evandro, afirmando que irá convocar uma reunião com os secretários de governo ainda esta semana.

SAIBA MAIS

Há seis meses, o corte linear do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) chega a mais de 40% e em alguns casos a 50%. Tudo porque, para preservar o País dos efeitos da crise internacional, a presidente Dilma reduziu o IPI para compra de veículos novos de 7% para 0%.

Também baixou o IPI na compra de produtos da linha branca (fogão, máquina de lavar, geladeira) e de móveis. Com isso, o Governo deixará de arrecadar R$ 5,5 bilhões. Esta renúncia fiscal afeta drasticamente os municípios, já que o IPI é um dos impostos que compõem o FPM ao lado do IR.

Em Pernambuco, muitos municípios estão atrasando o pagamento dos servidores e deixando até de repassar o duodécimo da Câmara dos Vereadores, isso sem falar na paralisação de obras e no atraso do pagamento dos fornecedores.