Foto: Alejandro García

O prefeito de Serra Talhada Luciano Duque (PT) fez questão de visitar o estande do FAROL na primeira noite da 14ª Exposerra e concedeu uma entrevista polêmica ao editor do FAROL, Giovanni Sá. Durante cerca de 40 minutos, o petista abriu o verbo e desabafou sobre vários assuntos.

Entre eles, a possibilidade do ex-prefeito Carlos Evandro filiar-se ao PSB em setembro, seus novos projetos para a Capital do Xaxado, o que trouxe de bom após realizar a 5ª viagem a Brasília em apenas seis meses, sua relação com o governador Eduardo Campos e uma avaliação sobre a 14ª Exposerra. Confira!  

FAROL – A prefeitura entrou com um aporte considerável na Exposerra, de R$100 mil. Qual avaliação o senhor faz desta 14ª ExpoSerra?

Duque – A ExpoSerra se confunde com o desenvolvimento de Serra Talhada. A partir dessa feira passamos a receber novos empreendimentos, novos negócios são fechados neste evento. E coroamos a 14ª ExpoSerra com a visita do governador, vindo prestigiar este evento. Você sabe que dificilmente ele vem à Serra Talhada, é raro. Estou muito feliz. Não pude estar das inaugurações cedo, cheguei de Brasília às 19h40 mais ou menos, pedi desculpas a ele pela ausência. Mas, tratamos de alguns assuntos sobre o desenvolvimento de Serra, principalmente sobre o perimetral Anel Viário.

Falei para ele que tinha entregado esse projeto à Miriam Belchior e dei uma cópia do protocolo a ele, dar uma olhada juntamente com Agnaldo Ribeiro, do Ministério das Cidades. E é isso. A gente vive um momento bom, apesar da crise. Com uma seca no semiárido nordestino que afetou o crescimento da nossa economia; com uma crise mundial; com uma crise de governo que estamos vivenciando. Mas, acho que a gente tem que ter criatividade pra superar essas dificuldades.

Confesso que estou preocupado com essas crises que estão acontecendo, porém, ao mesmo tempo, voltamos de Brasília com boas notícias. Foram depositados R$3,5 milhões para estradas da zona rural, recursos do Incra; até o dia 20 vão estar disponíveis vários projetos do PAC, inclusive o do bairro da Cohab. Agora vamos cumprir com todas aquelas etapas de apresentação de projetos e de documentos junto ao Banco Central. Procuramos o Ministério da Saúde para discutirmos sobre UPA 24h para nossa cidade. Bom, é muita burocracia, mas estamos trabalhando, isso que é importante. Assegurando recursos e investimentos para Serra Talhada. Temos que estar sempre cobrando, esse é o nosso papel.

Tive 11 audiências para tratar de assuntos de nossa cidade. Aproveitamos a marcha e fizemos de maneira diferente, fomos lá para trabalhar, andando de ministério em ministério, locando recursos.

FAROL –Nessa breve conversa que o senhor teve com o governador, deu para discutir sobre o quê? Falaram a respeito do Distrito Industrial? Campos disse que tem boa vontade para com o seu governo?

Duque – Na verdade eu agradeci o recurso do Samu que chegou agora, que vamos tentar inaugurar em setembro, Eduardo Campos virá para a inauguração. Falei sobre o condomínio de indústrias. Falei sobre o Anel Viário, sobre os recursos do FEM. A pauta foi bastante intensa, não me prendi a assuntos específicos, tratei de tudo o que é de interesse do povo serra-talhadense. E ele republicanamente tem me tratado muito bem, ao contrário do que dizem por aí.

Soube que numa rádio daqui saiu que eu tinha dito que o governador não tinha feito nada em Serra Talhada. Como poderia dizer isso? O governador trouxe uma faculdade de medicina, tá trazendo em parceria o SAMU, tá trazendo a UPA 24h . Pinçaram isso de uma frase em que eu disse que “o governador teve 96% de votos em Serra Talhada, então poderia trazer um pouco mais de coisa”. Quando disse isso me referi ao matadouro público, ao IML, à rodoviária. Isso não é crítica, pelo contrário! Sei que não é fácil, os recursos hoje são escassos, mas o papel seria dos deputados da terra de cobrar, de pedir, serem mais proativos nessas cobranças, que a sociedade pede.

O matadouro, por exemplo. O povo diz que a prefeitura tem que construir, mas não é assim! O matadouro é regional, abrange as cidades circunvizinhas também, então é o governo do Estado que tem que construir. A prefeitura já doou o terreno, ainda na gestão de Carlos Evandro. A mesma coisa o IML, já tiveram aqui, oferecemos terrenos, oferecemos casa se quiserem provisoriamente. Fico feliz com o momento em vivemos, apesar das crises.

Não estou preocupado com a política pequena, não ligo para o eu dizem do governo não está fazendo nada. A boa política funciona quando os gestores buscam atender as necessidades do povo. Em seis meses fizemos o que pudemos. Se qualquer outro tivesse assumido a prefeitura estaria passando pela mesma situação. A crítica eu tenho que entender como um desafio; não as vejo como uma coisa ruim; ao contrário, elas me dão mais vontade e fôlego para lutar pelas necessidades do povo de Serra Talhada.

FAROL – Caso Carlos Evandro se filie ao PSB, o que pode acontecer quanto ao apoio político de vocês?

Luciano Duque: Olhe, eu tenho que respeitar qualquer decisão dele. Eu pensava que era um namoro, mas é uma lua de mel; desceram do avião juntos. Isso é muito bom, eu acho que será uma ponte mais sólida com o governo do Estado, é muito bom para o município. E quem tiver alimentando briga vai ficar de queixo caído agora. Essa pergunta deveria ser respondida pelos adversários. Criticam tanto, que o governo dele foi um fiasco, um desastre; e agora o governador reconhece o trabalho de Carlos Evandro.