A vice-prefeita eleita de Serra Talhada, Tatiana Duarte (PSC), recebeu o FAROL DE NOTÍCIAS em sua casa para conversar conosco e falar um pouco sobre seus planos para o município. Neste bate-papo, ela relembra os momentos mais difíceis que passou durante a campanha, avalia seu marido Marquinhos Dantas como um bom profissional para assumir um cargo no novo governo e confessa que pode continuar na política após os 4 anos de trabalho junto com Luciano Duque. Tatiana Duarte tem 36 anos e atua há cerca de 15 no rádio. Ela é formada em Pedagogia, com especialização em Psicopedagogia e cursa, atualmente, bacharelado em Teologia. Além de ser mãe de três filhos.

FAROL DE NOTÍCIAS Qual o momento mais difícil enfrentado por você nessa última campanha eleitoral? O que mais lhe incomodou?

TATIANA DUARTE Na verdade, toda a campanha foi difícil. Mas a gente tem alguns momentos que marcaram mais. Um deles foi quando me vi hostilizada e caluniada por pessoas que nunca tinham me visto ou me viram somente em fotos. Eu cheguei a presenciar pessoas que nunca haviam me visto na vida falando mal de mim e eu presente (na conversa) e essas pessoas não sabiam que era eu. Então, chegou a ser constrangedor quando alguém tentou falar mal de mim para mim mesmo. Tentanto até me convencer a não votar em mim mesma. Pessoas diziam, ah, eu conheço (a candidata) como a palma da minha mão, e falando comigo e não sabiam que era eu. Foi muito difícil também lidar com as calúnias levantadas, o processo na Justiça sem nenhum fundamento que tentaram acionar contra mim, quando fui acusada de sonegação de impostos…  Mas, enfim, passou!

FN Durante a campanha, você dizia que a palavra verdadeira de uma mulher derrubaria a mentira de seis homens, se refeindo ao palanque da oposição. Você vai manter esse mesmo tom contra os adversários quando assumir?

TD Eu falava isso não como provocação, mas como proteção. Eu acho covardia você ser batida por seis homens como fui e pessoas que nunca foram do meu convívio. E que, em absoluto, desconhecem meu caráter e minha vida. Então, teve um momento em que me achei no direito e acho que o leitor do FAROL DE NOTÍCIAS vai se colocar no meu lugar, de me ver como mulher e como mãe tendo a necessidade de me proteger. Eu falei aquilo como proteção, e não como provocação, tendo em vista que eu respeito todos eles, mas às vezes é necessário se proteger.

FN Então você acredita que sofreu preconceito por ser mulher e evangélica?

TD Com certeza! A questão de ser mulher, talvez eles (oposição) imaginassem que eu fosse muito frágil. Desconheciam a força que me sustenta, que não é da Terra. E se depararam com uma mulher forte e que em momento nenhum não me derrubaria, porque o meu chão é Deus. Então, com certeza eu sofri um preconceito terrível pelo fato de ser mulher e evangélica, que isso não vinha ao caso, pois a gente vive num país laico. Porque quando gente se torna gestor, vira gestor de um povo. E eu não entendi o por quê de tanto ataque por parte deles. E aí, se tinham alguma simpatia do eleitorado evangélico perderam porque não respeitaram a minha fé. Eu sou cidadã comum, como qualquer outra pessoa.

FN Você é estreante na política. Tem pretensões de continuar disputando eleições após os 4 anos de governo Luciano Duque?

TD – Essa é uma pergunta muito difícil de responder, não é? De agora em diante eu estou a disposição do povo de Serra Talhada. Eu agora tenho um compromisso como gestora no governo Luciano, mas depois disso quem vai decidir é o povo. Em mim não há covardia. Vai decidir Deus e o povo. Se no final desses 4 anos que tivermos pela frente o povo de Serra se identificar comigo e me quiser como empregada dele, eu continuo na política para servir. Mas eu não sei bem te responder isso, sei que há em mim a disposição de trabalhar por Serra Talhada. O futuro não dá para decidir agora. Temos 4 anos para trabalhar.

FN – Então qual será o papel da vice-prefeita Tatiana Duarte nesses 4 anos?

TD – Eu tenho sobre mim uma responsabilidade muito grande. Por ser a primeira mulher a ocupar um cargo no executivo na majoritária… E por entender também que o nosso país vive um momento muito importante, pois temos uma mulher na presidência, temos políticas públicas voltadas para as mulheres aonde eu vou bucar isso e vou correr atrás. E tenho um papel importante ao lado de Luciano (Duque) e vou desempenhá-lo muito bem, com certeza. Acho que as mulheres de Serra Talhada vivem essa expectativa, e esperam de mim algo marcante. E tenho consciência disso, pois vi o quanto ser mulher fez uma diferença dentro desse processo. E vou honrar cada voto, e vou buscar junto ao Governo Federal e onde quer que seja políticas públicas para mudar a vida das mulheres de Serra Talhada.

FN – Você confirma comentários de que já estaria planejando entregar secretarias a algumas pessoas da sua confiança?

TD – Não confirmo. Isso são especulações e não existe isso. Depois das eleições eu não vi Luciano Duque e nem nos falamos por telefone ainda. Até porque ele retomou a sua função como vice-prefeito de Dr. Carlos Evandro. Os boatos são de que eu já estaria indicando A ou B. Mas quero deixar bem claro, isso é especulação e não é fato. Eu estou aguardando o chamado do prefeito eleito. Mas, até o momento, isso nunca existiu.

FN – Existe a curiosidade sobre a participação do seu marido, Marquinhos Dantas, no seu governo como vice. Você defende a participação dele dentro da gestão municipal a partir do próximo ano?

TD – Defendo a participação de Marquinhos não só no executivo. Marquinhos, independente de ser meu marido é alguém – e Serra Talhada sabe disso – dotado de muita inteligência, é um menino muito capaz, idôneo e bom de voto, não é (risos)? É uma pessoa que tem muito a contribuir, com certeza. Falo isso esquecendo que Marquinhos é meu esposo, mas como um profissioal. Serra Talhada precisa de pessoas assim: competentes e de caráter. Seria até um desperdício não usar uma pessoa tão competente quanto Marquinhos.

FN – Diante da rotina de trabalho que lhe espera a partir do próximo ano, como fica a relação com a família, já que você tem três filhos e ainda estuda. Como separar a Tatiana mãe da Tatiana vice-prefeita?

TD – Acho que a mulher, neste contexto em que vivemo hoje, aprendeu a lidar com isso. As mulheres estão no mercado de trabalho e são mães e esposas. Então, acho que não terei muita dificuldade, não. Vai dar para conciliar. Eu sou radialista, como todos sabem, trabalhava em 2 rádios e conseguia estudar, tenho ainda as funções pastorais… Eu já estou na segunda faculdade e fiz especialização… Minha rotina sempre foi muito corrida, eu sei que vou ter a compreensão da minha família.

FN – Qual o recado você manda para os seus adversários após a campanha?

TD – Deus os perdoe, pois não sabiam o que diziam. Desejo que eles tenham a consciência que Serra Talhada os elegeram e esperam deles um comportamento diferente. Não de retaliação. É hora de trabalhar. Todos nós temos a oportunidade de provar que amamos essa cidade. Enquanto as questões pessoas, não vai restar nada, pois eu tive muito cuidado de separar as coisas. Eu tive muito cuidado daquilo que vinha para o meu ouvido não descer para o meu coração. Quero que eles façam um bom trabalho (como deputados) e posso, sim, dialogar com eles. Quero agradecer também à população de Serra Talhada e dizer que eu vou honrar, junto com Luciano Duque, cada voto recebido.