Publicado às 04h29 deste sábado (22)

A Escola Imaculada Conceição (CIC), uma das mais tradicionais de Serra Talhada, entrou no ‘olho do furacão’ esta semana, após uma mãe espalhar um forte depoimento nas redes sociais, acusando o educandário de discriminação.

De acordo com a mãe do pequeno Joaquim, Raquel Ferraz Jardim, 28 anos, estudante de pedagogia, após diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a criança, de apenas três anos, teve seu direito de acompanhamento especializado negado pela escola.

Em conversa com o Farol, Raquel Jardim relatou que a criança foi diagnosticada em dezembro, em seguida, já entrou em contato com o CIC para solicitar uma mediadora para o garotinho, mas não houve esforço por parte do colégio em auxiliar a criança.

“Fomos até a escola porque dentro das solicitações médicas estava uma mediadora para Joaquim, foi aí que começou nosso pesadelo. A direção do colégio começou colocar empecilhos, disse que só podia oferecer a auxiliar que já tem na sala de aula.” A mãe ainda relatou que o colégio pediu um prazo para se organizar, mas passado o prazo, nenhuma resposta.

“Numa sexta-feira, cheguei na escola e a suposta mediadora de Joaquim estava me esperando. Mas, na segunda-feira cheguei mais cedo e ela não estava. Então questionei, tive como resposta que ela só iria apenas na sexta-feira. Fui conversar novamente com a gestora, mas ela disse que não iria conversar comigo, foi muito grosseira. Me senti como se não tivesse dignidade. A atitude deles é criminosa, porque Joaquim tem direito, e eles estão infringindo a lei. Isso vai contra os direitos humanos, eles estão negando ao meu filho o direito à educação.”

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Após a situação relatada pela mãe, os pais de Joaquim decidiram retirá-lo do Colégio Imaculada Conceição. Segundo Raquel, ainda assim, o colégio não os procurou para nenhum esclarecimento. Nas palavras da mãe, “a escola encarou como um problema a menos”.

O OUTRO LADO

De acordo com a irmã Sandra, gestora do CIC, em momento algum o colégio negligenciou em relação ao acompanhamento da criança. Segundo ela, “o colégio tem consciência que fez e faz sua parte em relação a questão da inclusão.”

“Quando tomamos conhecimento em relação a situação da criança, tivemos uma reunião com a equipe pedagógica e os pais. Pedimos que aguardassem iniciar o ano letivo. Com esse início do ano letivo, avaliaríamos como ia se dá o processo de adaptação. Nesse processo de adaptação é que a escola ia fazer essa mediação, dependendo da necessidade da criança. Tivemos uma conversa verbal com eles, e pedimos o mês de fevereiro, porque a criança ainda estaria em adaptação e a professora também.”, esclareceu a gestora, negando qualquer ato discriminatório.

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“Ele chegou aqui na escola em 2017, então a escola já conhecia todo o processo da criança. Sabendo da necessidade dele, estávamos aguardando ver como seria a adaptação para posteriormente colocar outra monitora de acordo da necessidade dele. Além da necessidade, também precisaria de um tempo para se adaptar com a pessoa, mas na realidade a turma que ele estava inserido já tinha uma mediadora.”.

DIÁLOGO COM OS PAIS

Ainda durante a conversa com o Farol, a irmã Sandra disse que vinha dialogando com os pais em busca de assegurar o melhor para o aluno.

“Tudo isso já tinha sido acordado na reunião com os pais. Ficamos nesse planejamento de dá a melhor atenção a criança, porque aqui também temos várias crianças com outras necessidades, inclusive dispomos de outros mediadores para fazer o processo conforme a necessidade de cada um. Ela não cumpriu com o acordado verbalmente e achou por bem retirar a criança, nesse período ela marcou uma reunião com a Terapeuta Ocupacional.

“A terapeuta esteve no colégio, fez uma reunião com a equipe (professora, auxiliar, coordenação) e deu algumas orientações de como proceder com a criança na rotina escolar. A partir daí toda a escola se mobilizou a acolhe-lo da melhor forma. Até a sala de aula foi escolhida de acordo com a necessidade da criança. Sala com materiais disponíveis e banheiro. O colégio tem consciência que fez e faz sua parte em relação a questão da inclusão. Diante de algumas situações precisamos alinhar algumas questões de forma correta, a melhor, inclusive pensando no estudante. Isso a escola fez!, disse a diretora, cravando:

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“Foi uma decisão dela (Raquel Jardim) retirar a criança, inclusive não foi cancelada a matrícula, ainda está ativa, quando ela veio, solicitou apenas a declaração de transferência, já tinha retirado o aluno, mas a matrícula continuou. Em momento algum a escola se negligenciou em relação a acompanhar essa criança. Até porque a escola tem um serviço de psicologia que faz toda uma orientação e acompanhamento também em relação ao todo, mas especificamente as necessidades. Estamos à disposição, estamos cumprindo o que a legislação rege em relação a inclusão. Todos os professores são capacitados e também temos uma estrutura adequada para atender as crianças com necessidades.”