O FAROL foi procurado, na última sexta-feira (22), por familiares de um adolescente de 17 anos morador do bairro Bom Jesus, em Serra Talhada. Eles denunciam que o garoto foi espancado por policiais militares da Rocam, na quinta-feira (21) da semana passada, logo após o adolescente – que não possui habilitação – furar um bloqueio policial, ser perseguido e capturado.

Apesar de reconhecer que o adolescente errou, os familiares reclamam que houve abuso de poder. O FAROL foi acionado pela família para gravar o doloroso relato do garoto e também para fotografar os hematomas que, segundo a família e o próprio adolescente, foram causados por socos e tapas dos policiais da Rocam. 

Com o olho roxo, braços, costas e pescoço visivelmente machucados, o garoto relatou ao FAROL que, após ser pego, foi levado para o posto da Polícia Rodoviária Federal, na BR 232, para fazer o teste do bafômetro.

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“No caminho para lá, dois deles que estavam sentados ao meu lado perguntaram: ‘tu, já apanhou?’ E eu respondi: ‘já!’ Aí disseram: ‘apanhou nada’. E começaram a me espancar dentro da viatura, a dar socos no meu rosto, na barriga e órgãos genitais enquanto o outro dirigia. Cheguei na delegacia com o meu ouvido sangrando”, relembrou.

Ainda, segundo o relato do adolescente, na volta do posto da PRF e chegando à delegacia, os policiais teriam o ameaçado se ele dissesse ao delegado que teria apanhado da PM.

“Na delegacia, os policiais da Rocam disseram à Polícia Civil que eu tinha caído da moto na fuga da blitz e por isso minha cara estava inchada. Mas até o pessoal da civil disse que aquelas marcas não era de queda de moto”, relembrou o adolescente.

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A mãe e o irmão do garoto de 17 anos disseram ao FAROL que irão procurar o Ministério Público para denunciar o caso e esperam que os policiais sejam punidos. O exame do bafômetro acusou uma quantidade de 0,34% de álcool no sangue.

“A Rocam disse que eu tinha agredido um dos policiais e até um deles se fez que estava mancando dentro da delegacia. Mas eu não agredi, pelo contrário, eram os três contra mim. Nunca apanhei tanto na minha vida e logo da polícia, que é quem devia dar o exemplo”, disse o garoto. 

O FAROL procurou o comando do 14º Batalhão da Polícia Militar, por diversas vezes, para comentar o episódio. Segundo informações da recepção do Batalhão o tenente-coronel Wanderley se encontrava viajando. Em seguida, foi feito contato com o major Marcondes que não pode conversar com a reportagem uma vez que estava em reunião.