“Francamente eu pensei que esse negócio iria dá certo. A festa foi bonita, parou por quê?.” Esse é o relato do agricultor Francisco Soares, indagando sobre ‘que fim levou’ uma das maiores promessas políticas de Serra Talhada: a usina de biodiesel.

Após a inaguração da pedra fundamental da obra, há cinco anos atrás, nada (frisa-se: nada, nada mesmo) aconteceu. A pergunta: “onde está a obra?”, tem sido rotineira entre a população em função do vício que têm alguns políticos da Capital do Xaxado em anunciá-la e não cumpri-la. Nos últimos cinco anos, a usina de biodiesel vem servindo como moeda eleitoral.

A última notícia que se sabe sobre o futuro da usina vai completar dois anos. No dia 22 de fevereiro de 2010, a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária (Embrapa), se reuniu para, novamente, discutir o assunto. No registro em ata, mais um surto de euforia foi lavrado: a (suposta) ampliação da área de plantio para 16 mil hecatres e (um susposto) aumento da produção do combustível para 40 mil litros por dia. Passado todo esse tempo, apenas sobrou o silêncio de quem fez parte do “circo de promessas” e o desalento de quem ousou acreditar nelas.

Relembrando a promessa

Em 28 de setembro de 2007, a Capital do Xaxado parou para assistir ao lançamento da Pedra Fundamental da Usina de Biodiesel, que, segundo políticos, iria “revolucionar” a produção agrícola de Serra Talhada. O anúncio era de investimentos na ordem de R$1,05 milhão, sendo R$ 800 mil do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e cerca de R$ 250 mil do Instituto Xingó.

Segundo os técnicos do  Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), que estiveram em Serra Talhada, a Usina de Biodiesel, quando em funcioamento, deveria produzir, inicialmente, cerca de 5 mil litros por dia de combustível. Com tamanha euforia, o deputado Inocêncio Oliveira (PR) chegou a anunciar a doação de um terreno de 3,3 hectares para que o empreendimento saísse do papel. Afinal, segundo a propaganda, seria a 1ª fábrica de produção de biodiesel do Sertão de  Pernambuco.

Também foi anunciado que o plano pretendia unir esforços para plantar cerca de 10 mil hectares de oleaginosas (algodão, girassol, pinhão manso e  mamona) na zona rural da cidade. Nos discursos, dizia-se que o trabalho iria gerar empregos para cinco mil famílias.

O FAROL pergunta: onde está obra?