Entre os diversos problemas que a gestão do PT deve enfrentar a partir de 2013, um deles, em especial, envolvendo o complexo de educação Fafopst/Aeset (Faculdade de Formação de Professores e Autarquia Educacional de Serra Talhada) ganhará capítulos dramáticos, caso o prefeito eleito Luciano Duque, faça “vista grossa” frente a aparente crise que se abate sobre a instituição. Usada como mau exemplo para todos os centros de educação do Brasil, pelo então candidato Sebastião Oliveira (PR) durante as eleições, a Fafopst tornou-se um barril de pólvora devido o comodismo de inúmeras gestões que acabaram colocando a instituição como peça do jogo político local. O que acabou prejudicando, por décadas, professores e alunos.

Atualmente, as duas categorias andam revoltadas e pedem soluções imediatas para curar uma “ferida aberta” que teima em relativizar a qualidade da autarquia. Na noite da última quinta-feira (29), parte da Fafopst decidiu paralisar as atividades em protesto a uma série de fatores. Liderado por estudantes e docentes do curso de Serviço Social, o movimento cobrou da atual direção mudanças urgentes, tais como: realização de concurso público para o quadro de professores, fim da ingerência política dentro do centro educacional, respeito às cláusulas contratuais com docentes, melhoria nas instalações, fim da proibição de colação de grau a estudantes inadimplentes, entre outros pedidos. Em entrevista à rádio Cultura FM, na noite do protesto, o professor Demétrios Ferreira afirmou que a direção da autarquia vem tomando medidas ilegais.

“São ilegais e constrangedoras para professores e alunos. Por isso, tomamos a iniciativa de paralisar as atividades, para reivindicar mudança no modelo de gestão dessa autarquia. Ações tomadas aqui não são acadêmicas, mas políticas. Queremos um polo de excelência, por isso estamos, antes de tudo, cobrando o fim da ingerência política na instituição. Outro problema: a direção avisou, verbalmente, que vai desrespeitar o que está no contrato, alertando que nossos salários vão atrasar, que benefícios como auxílio transporte serão cortados… Estamos pedindo nada além do cumprimento dos contratos. Essa instituição do jeito que está se apresenta ineficiente. Não existe controle algum aqui”, reclamou o docente.

HISTÓRICO

Atualmente, o complexo de educação envolvendo a Fafopst é considerado como de economia mista, pois tem orçamento próprio aprovado pela Câmara Municipal, e cobra mensalidades aos alunos. O valor do montante gerido pela autarquia, com dinheiro público, é superior a R$ 3 milhões (sobre este assunto, leia mais aqui e aqui). Em se tratando de notas, o complexo educacional recebeu a menor da região no Índice Geral de Cursos (IGC), divulgado pelo Ministério da Educação em 2011. A instituição ficou entre as piores do Brasil com nota 1. Foi a segunda vez que a faculdade acabou reprovada no IGC. O índice tem notas que vão de 1 a 5, e são consideradas insatisfatórias as médias 1 e 2.