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Fotos: Farol de Notícias / Manu Silva

Uma família de agricultores de Serra Talhada denuncia que um bebê morreu após um parto forçado na Casa de Saúde e Maternidade Clotilde Souto Maior. Edjane da Silva, 30 anos, moradora do assentamento Virgulino Ferreira, no distrito de Serrinha, conta que estava prestes a dar a luz ao seu quarto filho quando foi submetida a um procedimento forçado que levou a morte do recém nascido nos primeiros minutos de vida. Familiares da jovem acionaram o FAROL para denunciar o caso. Maria da Penha Silva, 35 anos, que é tia da gestante, relatou que o parto teria sido realizado por duas parteiras, sem a presença de um médico obstetra.

“Segunda-feira (1) eu vim com ela para o Hospam, desde sábado (30) que ela sentiu as dores. Ela tinha a data determinada, até o dia 25. Só que o médico deu até dia 1º para a criança nascer, se não nascesse eles tiravam. Então, ela sentiu que a criança ia nascer, chegamos ontem (quinta, 4) no Hospam não tinha médico e encaminharam para a Maternidade Clotilde Souto Maior. Entramos às 14h e quando eu tive notícia dela já era 16h30, que tinham tirado a criança, mas que não sobreviveu, nasceu viva mas não sobreviveu. Não explicaram o porquê, só dizem que a criança estava laçada, com dois laços no pescoço”, explicou Maria da Penha.

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FAMÍLIA ALEGA NEGLIGÊNCIA 

Edjane da Silva é mãe de outros quatro filhos e segundo declarações da família perdeu este bebê por negligência do médico que não realizou uma cesariana. “Ela (Edjane) me contou o que fizeram com ela, realmente foi um forçamento. Dr. Luiz Leite não assistiu ao parto, só veio assistir o parto porque ligaram para ele e assim mesmo já tinham passado a cabeça da criança. Foram duas parteiras, eu não sei como é o nome delas. Foi um forçamento, subiram em cima dela, apertaram a barriga dela até a criança sair.  Portanto, queremos justiça. Se fosse cesariana era para ter tirado dia 1º ou dia 2 e não fizeram isso”, alertou a tia da gestante.

A reportagem do FAROL conversou também com o pai do recém nascido, Márcio Leal da Silva, 20 anos, agricultor. “Era o meu primeiro filho, estamos juntos há cerca de um ano e eu estou me sentindo muito triste, estava feliz e com esperança de criar meu filho, mas agora eu quero justiça. Vamos procurar um advogado e a justiça para resolver isso”, desabafou o companheiro de Edjane da Silva.

O OUTRO LADO

O FAROL conversou por telefone com dr. Luiz Leite, responsável pela Casa de Saúde e Maternidade Clotilde Souto Maior e médico que realizou o parto. Segundo dr. Luiz o procedimento foi realizado por ele mesmo. “Fui eu que fiz o parto de Edjane, mas tinham duas circulares de cordão umbilical na criança e ela nasceu com insuficiência respiratória. Tentamos reanimar, mas infelizmente não teve como. Não fizemos a cesariana porque ela já estava com a dilatação completa, no 4º plano, já estava para ter e dava para ver a cabeça do bebê. A enfermeira forçou a barriga dela para ajudar, como ela é multípara, isso é um procedimento normal, mas não forçamos”, ratificou.

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