Do site Brasil 247

Pessoas em desespero, disputando ossos e pelancas dispensados por um açougue, num caminhão.A edição desta quarta-feira (29) do jornal Extra causou perplexidade e logo viralizou nas redes, como um símbolo da miséria criada pelo governo Jair Bolsonaro. Pelo menos 2 milhões de famílias brasileiras caíram na extrema pobreza entre janeiro de 2019, quando Jair Bolsonaro tomou posse, e junho deste ano.

A reportagem destaca que “uma fila de desesperados se formou no bairro da Glória”, região central da capital carioca, em busca da carcaça dos animais.

No jornal O Globo, do mesmo grupo do Extra, o depoimento de Vanessa Avelino de Souza, de 48 anos, desempregada, é pungente. “Uma vez por semana, a desempregada  que mora nas ruas do Rio, caminha até o ponto de distribuição. Com paciência, separa pelanca por pelanca, osso por osso em busca de algo melhor para pôr na sacola. ‘A gente limpa e separa o resto de carne. Com o osso, fazemos sopa, colocamos no arroz, no feijão… Depois de fritar, guardamos a gordura e usamos para fazer a comida’, explica Vanessa, que lamenta não conviver com os cinco filhos. ‘Não tenho como cuidar deles. Por isso, eles são criados pela minha mãe. Não temos quase nada. O que temos é de doações. Lá, pelo menos, eles têm um pouco de dignidade'”.

Veja também:   Em 20 anos, Cid é o primeiro sair preso do STF após prestar depoimento

Reportagem do UOL publicada neste domingo (26) aponta que em dezembro de 2018, durante o governo Michel Temer (MDB), havia 12,7 milhões de pessoas na pobreza extrema. Dois anos e meio depois e com Jair Bolsonaro na Presidência, esse número chegou a 14,7 milhões em junho de 2021. Uma reversão no cenário dos governos do PT, quando, durante 11 anos, houve redução continuada da pobreza. Segundo o Banco Mundial, a parcela da população em situação de extrema pobreza no país era de 13,6% em 2001, caindo para 4,9% em 2013.