Do Folhape

O retorno do ensino básico em Pernambuco foi tema de um protesto organizado por representantes de escolas particulares do Estado na manhã desta quinta-feira (3). Em anúncio oficial, o governador Paulo Câmara se manifestou sobre a situação, anunciando que a suspensão de aulas presenciais no ensino básico será mantida em Pernambuco.

“As escolas são espaços fundamentais para a sociedade. Garantem conteúdos, socialização, a rotina de trabalho para muitos pais, empregos, até mesmo refeições para milhares de estudantes, no caso das unidades públicas. Mas reabri-las significa colocar de volta em circulação e em convivência direta mais de dois milhões de estudantes no Estado, e o impacto dessa medida ainda não tem, no mundo, parâmetros científicos e precisos de controle”, afirmou Paulo Câmara.

Embora admita que todos desejem o retorno a uma vida normal, o governador reafirmou que hoje isso ainda não é possível. “Não é uma decisão simples, que poderia olhar apenas para a questão econômica, por exemplo”, frisou.

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Mesmo com a diminuição dos números da Covid-19 no Estado, a retomada das aulas antecipada pode colocar em risco os avanços já obtidos no Plano de Convivência com a Covid-19 em Pernambuco. Na Coreia do Sul, por exemplo, o retorno do ensino presencial foi revisto por conta do aumento de casos e mortes após a medida.

Outra questão que deve ser levada em consideração, além do possível aumento do números de casos da Covid-19, é o crescimento de casos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (Sim-P). A doença é associada à Covid-19 e acomete crianças e adolescente posteriormente, como uma pós-exposição à Covid-19. Atualmente, Pernambuco tem 10 casos confirmados da rara doença.

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A síndrome é caracterizada por febre persistente e elevada, acompanhada de um conjunto de sintomas que pode incluir hipotensão (pressão baixa ou choque), comprometimento de múltiplos órgãos e elevados marcadores inflamatórios. O paciente pode apresentar manifestações cardiovasculares ou gastrointestinais agudas (diarreia, vômito, dor abdominal); conjuntivite ou manifestações cutâneas; quadro inflamatório e confirmação laboratorial (técnica RT-PCR ou sorologia) ou história de contato com caso confirmado do novo coronavírus.

Paulo Câmara reforçou que o retorno gradativo das atividades continua mobilizando diversas equipes do Governo de Pernambuco para que a rotina seja reconquistada. “Temos que pensar nas crianças, adolescentes, jovens e em toda a cadeia de profissionais que retornaria às suas atividades presenciais para atender às demandas desse universo. Vamos juntos encontrar caminhos porque o único enfrentamento que queremos fazer é o do combate à doença e ao vírus”, reforçou.

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De acordo com o governador, o retorno das aulas está sempre em pauta, observando dados científicos e evidências que possam garantir um retorno em condições realmente seguras. “Nenhum governante, trabalhador, empresário gostaria de estar enfrentando uma situação tão grave, que ameaça vidas. Temos obrigação de agir para proteger as pessoas. A educação é uma prioridade incontestável do meu governo desde o primeiro dia e continuará sendo até o último, assim como a defesa da vida”, explicou.