SamuA novela em torno do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) ganhou um novo capítulo em Serra Talhada. No último domingo (10), durante o programa Sabores de Vida, a secretária de Saúde, Márcia Conrado, e o secretário- executivo, Aron Lourenço, elencaram uma série de razões pelo não funcionamento do Samu que está há dois anos parado. Na opinião dos secretários, a falta de confiança, principalmente no Governo Federal, é o principal motivo do impasse.

“Sabemos que temos que começar a funcionar para conseguir habilitar. Eu estou indo a Recife para falar com o secretário estadual para ver se a gente tem esse comprometimento de logo em seguida do funcionamento termos a habilitação e o repasse do recurso. Porque a gente tem medo, inauguramos o Caps infantil em junho de 2015, está tudo organizado e até hoje a gente não teve a liberação dos recursos, estamos mantendo com recursos próprios. Então, essa demora é o que nos preocupa bastante. O quando vai demorar o repasse para chegar até a gente. A gente não vai ter condições de sustentar sozinho”, desabafou Márcia Conrado.

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Já o secretário-executivo foi mais enfático. Aron Lourenço disse que ainda há muita desinformação sobre o assunto e admitiu que o Samu é um órgão de manutenção caro.

“As angústias a gente tem e a gente tem sido muito injustiçado por conta do Samu. Nós recebemos o recurso para a construção, fizemos. Nós recebemos o recurso para mobiliar e equipar e assim fizemos. Agora, o que existe é uma coisa chamada custeio, que é aquilo que vai manter o funcionamento desse serviço e esse serviço tem um custo médio de quase R$ 400 mil por mês”, afirmou, informando que a manutenção é tripartite, mas é preciso ter garantias das responsabilidades.

“Existe um impasse nisso, a garantia. A partir do momento que a gente coloca, habilita os serviços e fica em funcionamento, que a gente tenha a garantia que o Ministério vai repassar isso 30 dias após. Porque o funcionário vai querer receber 30 dias após, ou não vai? E o pior, com essa crise que se passa, até o ministro de Saúde está dizendo, não abra serviço novo. Nós fizemos um documento e encaminhamos para o ministério pedindo a garantia desse serviço, até hoje não recebemos resposta. Só que não temos garantia que esse recurso vai chegar”, reforçou Lourenço.

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AMBULÂNCIAS X EDUARDO CAMPOS

Um outro capítulo da ‘novela’ girou em torno das 35 ambulâncias que foram entregues aos municípios conveniados. Neste contexto, sobrou até para o ex-governador Eduardo Campos, já falecido, que fez a entrega dos transportes. Segundo Aron Lourenço, foi precipitada a entrega das ambulâncias sem o Samu estar habilitado.

“Eu sei que as ambulâncias estão aí há esse tempo todo, mas essas ambulâncias não eram para ter sido liberadas. Porque ninguém acusa o governador por ter liberado as ambulâncias naquela época se o serviço não estava habilitado? Essas ambulâncias eram para chegar quando o serviço estivesse habilitado. Todo mundo dizendo: ‘ah, as ambulâncias estão aí’. Está! Estão paradas? Estão paradas sim. Mas como é que vamos manter essas ambulâncias, de combustível, de tudo? Nós temos uma média de 70 e poucos funcionários para contratar”, desabafou o secretário, reforçando os custos do serviço:

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“Precisamos de reguladores, precisamos de vigilância, precisamos de auxiliar de serviços gerais, precisamos de administradores. Quando você ver dá uma média de 70 e poucas pessoas, com uma folha salarial que chega a quase R$ 400 mil. Ninguém dá essa garantia. O Ministério vai recolher? (as ambulâncias). Vai, recolha. Pode recolher, porque essa situação nenhum município, dos 35 municípios, para passar quatro, cinco ou seis meses sem receber, duvido que alguém resolva. O que se vê nessa crise é o pessoal demitindo, será que ninguém está vendo isso”.