Publicado às 03h57 desta quarta-feira (18)/Com informações de Paulo César Gomes

Um dos cinco prédios mais antigos de Serra Talhada, a igreja matriz de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, está passando por um delicado processo de restauração para retornar aos aspectos originais do final do século XVIII, construída por mão de obra escravizada, em 1790, a pedido de Filadélfia Nunes Magalhães.

Conhecida como a Igrejinha do Rosário, localizada no Marco Zero serra-talhadense, é uma das mais antigas do interior de Pernambuco e ficará na história da cidade como o primeiro símbolo arquitetônico que se busca restaurar para manter a memória do município. O projeto de restauro contou com o apoio do estudante de Arquitetura, Ícaro Diniz e do arquiteto Breno Rebello.

“A necessidade do restauro da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos partiu da conscientização da importância que a edificação tem para a formação da cultura serra-talhadense através dos estudos realizados para do nosso Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo. Estando também o Pe. Edilberto atento a esta necessidade e com muito zelo pelo templo, propôs um projeto de restauro para restabelecer as suas características originais, desde as cores aos elementos arquitetônicos que a compõem”, explica o futuro arquiteto.

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Para a idealização do projeto foi elaborado um estudo que contém uma linha do tempo com imagens de várias versões que a igreja teve. Infelizmente a maioria das fotos estão em preto e branco, naturalmente pois era a tecnologia da época, mas é possível observar pela tonalidade da escala de preto que a composição das cores da igreja sofreu diversas alterações.

O jovem estudante fez questão de frisar as surpresas que estão ocorrendo durante a realização do projeto e durante o processo de restauro um painel surgiu no altar da igreja. “Ao executar os trabalhos nos painéis que estão em torno do altar, foi observado que havia uma camada de tinta muito espessa, que ao ser removida foi possível encontrar o painel totalmente preservado por debaixo. Nunca removeram a tinta velha antes de passar uma nova camada, fazendo com que o painel estivesse praticamente desaparecido”, conclui Diniz.

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TOMBAMENTO

Com as recentes mudanças urbanísticas que a cidade vem sofrendo, desde a construção de uma nova praça no Centro da cidade – onde foi demolido o coreto e o obelisco comemorativo aos 150 anos de emancipação -, ao abandono de prédios como os do CIST e do estádio municipal “O Pereirão”, o debate sobre uma questão da preservação da memória arquitetônica vem ganhado corpo.

Nesse sentido, a aprovação do Projeto de Lei nº 008, de 23 de fevereiro de 2018, de autoria do Poder Executivo, que dispõe sobre a proteção do patrimônio histórico e cultural do Município, cria o Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico e Cultural da, instituiu o Fundo Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural.

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Já encontra-se de posse da mesa diretoria da Câmara de Vereadores, aguardando o início dos debates, que incluiu a necessidade de uma Audiência Pública, para que a Lei seja aprovada e sancionada. Na outra ponta, faz necessário uma campanha para o tombamento das Igrejas de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e a Igreja Matriz de Nossa da Penha, junto ao Inphan-PE e a Fundarpe.

Confira as imagens de como vai ficar a Igreja do Rosário após as obras de restauração: