Médico por formação, o deputado Inocêncio Oliveira ingressou na política em 1975 pela Aliança Renovadora Nacional  (ARENA), partido criado para dar sustentação política ao governo opressor da ditadura militar (1964-1985).

Nestes quase 36 anos de vida política migrou para o PDS, PFL, PMDB, PL e  finalmente o Partido da  República (PR). Por todas as legendas em que militou, Inocêncio sempre foi um campeão de votos e um fenômeno eleitoral a ser estudado.

Agora, confirmando estar ‘desgostoso’ com os escândalos envolvendo a sua legenda, o “Rei do Sertão”, como é carinhosamente chamado por alguns amigos, diz que deixará a vida pública.

Ele até já anunciou o fato, mas pretende oficializá-lo, ainda, esta semana. Entre as alegações, uma encontra guarida na afirmação de que a política o impediu de acompanhar o crescimento de filhos e netos.

O “nó” desta história, parte do próprio deputado, que já anunciou sua saída por três vezes. Esta nova fase é uma espécie de ‘trailer’ cinematográfico de “A volta dos que não foram”. Ou “Dos que nunca foram”.

Mais uma vez, o Inocêncio bom “garoto-propaganda” chama para si os holofontes e fala com muita pouca modéstia. “Interiorizei o desenvolvimento. Mostrei que o interior é viável. Modéstia à parte, hoje, sou um mito no interior”, disse o deputado em entrevista aos órgãos de imprensa da Capital.

O último ensaio do “vou saire não volto mais” de Inocêncio ocorreu no plenário da Assembléia Legislativa. O clima foi de tamanha euforia que ao invés da aposentadoria o parlamentar sertanejo estabeleceu o “Dia do Fico”.  E haja aplausos…

O mandato do deputado Inocêncio Oliveira vai até 2015. Mas, como é um “animal político” por excelência, deverá deixar a política somente com a sua morte – que nem o cacique Antônio Carlos Magalhães (ACM) – uma vez que, por falta de votos, essa tese está praticamente descartada.

Em outubro, Inocêncio Oliveira fará 73 anos e 36 de vida pública. Portanto, na biografia do deputado não há espaço para aposentadoria por tempo de serviço. Aliás, sua biografia só cresce. Com essa história de se autodenominar “o mito do sertão”, Inocêncio inicia uma campanha para derrubar o próprio ‘Padim’ Ciço. Quem dera o religioso tivesse tanta sorte como o ele.