De O Globo

Integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) apresentaram na manhã de hoje um pedido para que o órgão investigue as conversas entre o procurador Deltan Dallagnol e o ministro e ex-juiz, Sergio Moro, publicadas pelo site “The Intercept”. (Veja aqui o pedido de investigação).

Nas mensagens, ambos trocam informações estratégicas sobre investigações em curso na Lava-Jato de Curitiba que tinham, entre os alvos, o ex-presidente Lula. O pedido de apuração das mensagens foi apresentado à Corregedoria do Ministério Público Federal.

— As informações divulgadas têm que ser apuradas, sem dúvida alguma. — disse Erick Venâncio, um dos conselheiros que apresentou o pedido de investigação.

Ele afirma, porém, que ainda é cedo para saber se Dallagnol deve ser alvo de um processo disciplinar:

Veja também:   Grande empresa de ST é alvo de investigação do MPPE

— Aí tem que se apurar melhor, ver a íntegra dessas mensagens, como elas forma obtidas. São muitas variáveis, por isso é importante a investigação, para que tudo seja apurado. É prematuro para fazer um juízo de prévio de valor.

Além de Venâncio e Eduardo Accioly, representantes da OAB no CNMP, também assinaram o pedido de abertura de sindicância os conselheiros Gustavo Rocha, indicado pela Câmara, Luiz Fernando Bandeira de Mello, pelo Senado.

Na solicitação, os conselheiros destacam que é necessário apurar “se houve eventual falta funcional, particularmente no tocante à violação dos princípios do juiz e do promotor natural, da equidistância das partes e da vedação de atuação político-partidária”.

Veja também:   Colisão com viatura policial deixa jovem ferido em ST

O documento diz ainda que “independentemente da duvidosa forma como teriam sido obtidas [as mensagens], faz-se imperiosa a atuação do CNMP”. Além de Dallagnol, os conselheiros solicitaram a apuração das condutas dos demais procuradores citados na reportagem do “The Intercept”.

A ideia é que a corregedoria do órgão apure se Dallagnol e seus colegas cometeram atos ilícitos na Lava-Jato, como colaboração estratégica com Moro, então juiz da operação, além de atuação com viés ou motivação política.