Neste domingo (15), na Avenida Boa Viagem, parte dos manifestantes hostilizaram veículos de imprensa e tentaram impedir o trabalho dos profissionais. Um sapato e uma garrafa de água foram arremessados contra o fotógrafo da Folha de Pernambuco, que registrava a manifestação. O repórter de texto do jornal, que estava em outro trecho da avenida, foi hostilizado por um grupo de pessoas que o cercaram e tentaram intimidá-lo com gritos e vaias para que ele deixasse o local ou “poderia ser agredido”. O carro da Folha também foi vaiado por parte dos manifestantes e teve que sair do trecho em que estava para não ser cercado.

Também houve intimidação contra uma fotógrafa do Diario de Pernambuco, que fazia a cobertura da manifestação. Ela foi perseguida por pessoas que gritavam contra o veículo e tentaram bloquear a lente da sua câmera. Várias pessoas também começaram a gritar contra a presença dela, enquanto alguém a seguia, filmando todos os seus passos.

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Em contrapartida, outros manifestantes se aproximaram da equipe da Folha de Pernambuco para pedir desculpas pelo comportamento do grupo que tentou hostilizar a imprensa, para reconhecer que os profissionais desenvolvem seu trabalho com seriedade e para assegurar que esse tipo de comportamento não representa a totalidade dos eleitores do presidente Jair Bolsonaro. Questionada sobre o efetivo e o esquema de policiamento durante o protesto, a Polícia Militar, em nota, informou que reforçou o policiamento na avenida Boa Viagem, e que não houve registros de manifestações contra veículos de comunicação.

Além dos episódios registrados no Recife, manifestantes ameaçam jornalistas da Globo e da Folha de S.Paulo em Brasília. Na capital federal, manifestantes tentaram identificar jornalistas da TV Globo e gritaram que iriam “botá-los para correr”. Um carro da Globo chegou a sofrer tentativa de depredação na Esplanada dos Ministérios.