Publicado às 05h10 deste domingo (21)

O Cangaço, bem como a história de Lampião, tornaram se temas que com o passar dos ano acabaram acumulando várias controvérsias, alimentando teorias e despertando paixões. Muitos dos debates acalorados têm a ver com Serra Talhada, berço de Lampião, de Senhor Pereira, Luiz Padre e outros tantos cangaceiros que nasceram no município. O fenômeno do Cangaço não nasceu e não morreu em Serra Talhada, mas algumas das mais importantes e tristes páginas desse período foram escritas e protagonizadas por serra-talhadenses, alguns deles oriundos de famílias tradicionais da cidade.

No caso específico de Lampião, a sua relação com famílias tradicionais sempre foi muito questionada, muito embora, pouco aceita, ou negada, por diferentes representantes dos clãs. No entanto, sempre chamou a atenção o fato de que Lampião, mesmo com todo o poderio bélico que o seu bando dispunha, nunca tenha saqueado ou invadido a cidade mais rica do Sertão do Pajeú.

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Parte desse questionamento pode ser explicado através do conteúdo de um telegrama enviado pelo Major Theophanes Tôrres, comandante das forças policiais na então cidade Villa Bella, ao desembargador Chefe da Polícia, datado de 25 de novembro de 1926 – noticiado no Diário de Pernambuco e Jornal Pequeno -,  por coincidência foi um dia antes da batalha da Serra Grande (a mais importante batalha da história do cangaço), evento no qual Lampião derrotou a polícia e posteriormente se autodenominou o Governador do Sertão.

“Communico a v.exc. que nesta cidade existem pessoas de representação muta amigas do bandido Lampeão que com elle se correspondem em termo intimos e reservado e que pelo prestigio que gosam perante o mesmo sempre sabem com os chefes intercedendo em beneficio dos que cahem no desagrado do scelerado por qualquer pretexto. Existe também aqui nas classe baixa parentes e individuos outros que fazem o papel outros que fazem o serviço de espionagem e se encarregam não somente de effectuar compras para o grupo que interresam o scelerado”, em outro trecho da correspondência, o Major afirma ter tomado algumas providencias no sentido de coibir ação dos colaboradores do cangaceiro. “Ordenei serveras providencias para os ricos e para os pobres que confabularem a facilitarem a açção (dos) bandoleiros”.

Parte desse debate e outros tantos relacionados a Lampião e o cangaço serão abordados no e-book, que será lançado em breve, denominado de “LAMPIÃO CONECTADO. Fatos e Fake News sobre a vida e “as mortes” do rei cangaço”.

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