Se o prefeito Luciano Duque (PT) estiver disposto a defender o chavão partidário do “modelo petisa de governar”, Serra Talhada entrará numa enrrascada. Explica-se por Recife: a cidade foi governada por prefeitos petistas nos últimos 12 anos e apenas em 2004 aplicou mais de 25% de sua receita de impostos na educação. A Constituição Federal determina que a aplicação desse percentual mínimo é obrigatório e que se o prefeito não cumprir deve ter suas contas reprovadas pelo órgão competente: o TCE.

Durante os 8 anos de gestão do prefeito João Paulo, em Recife, somente em 2004 a prefeitura aplicou mais de 25% da receita na educação. Em 2001 aplicou 23,26%, em 2002, 24,76%, em 2003, 22,61%, e em 2004, 25,28%. Em 2005 aplicou 20,13%, em 2006, 22,28%, em 2007, 23,50%, e em 2008, 15,43%. O prefeito seguinte, João da Costa, também deixou de cumprir o mandamento constitucional aplicando na educação em 2009 apenas 20,67%, e em 2010, 22,72%. Diante desses maus exemplos, a expectativa é que Duque siga uma cartilha diferente da do próprio partido.

Causa alívio o fato dele não ser considerado um petista “da gema”. Duque é oriundo do PMDB e está há pouco mais de um ano na sigla da presidente Dilma. Isso, apesar de não dizer muita coisa, é uma pista de que pode desviar-se de conceitos eficazes entre fanáticos e moralistas da legenda, que exaltam um “modelo petista de governo”. No início de janeiro, porém, Luciano prometeu fazer o possível para respeitar o índice de 25% de investimentos na educação durante sua gestão (relembre aqui). Rezemos para que Deus e o próprio PT não o façam esquecer…

FAROL com informações da coluna Fogo Cruzado, de Inaldo Sampaio