Fotos: Alejandro García

Em abril do próximo ano, Luiz do Carmo de Lima, ou simplesmente ‘Luiz Barbeiro’, vai completar 82 anos de vida tornando-se o mais velho do ramo em atividade em Serra Talhada. Católico fervoroso e bom de prosa – característica da profissão – Luiz ainda trabalha numa pequena sala no beco Cazé Romão, no centro de Serra Talhada, onde ainda guarda ferramentas da década de 60. A rotina é simples: de casa para o trabalho e do trabalho pra casa. Trajeto que faz todos os dias em uma bicicleta.

Como toda história tem um início, Luiz Barbeiro fala com orgulho do dia em que largou o emprego que tinha no Departamento Nacional de Obras contra a Seca (DNOCS) para cuidar do seu próprio negócio. “Eu tinha pouco mais de 20 anos e disse a minha mãe que nunca mais iria trabalhar para patrão.

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Então, mandei fazer uma cadeira de barbeiro e fui trabalhar na barbearia de João de Verva, no beco dos Correios”, recorda Luiz de Lima, que ainda se aventurou a tentar a vida em São Paulo. “Voltei faz mais de 50 anos e nunca mais saí de Serra. Aqui é o meu lugar”, confessou.

Antes de chegar ao beco de Cazé, Luiz dividiu uma barbearia com um sócio (Faustino) que já faleceu e que guarda saudades até hoje. Nos períodos da Festa de Setembro, filas eram formadas para passar pelas mãos e tesouras da dupla.

“Eu só tinha medo da máquina na hora de cortar meu cabelo no estilo jaquideme”, relembra José Luiz, elogiando o trabalho de Luiz Barbeiro.

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O Luiz se orgulha de ter criado suas cinco filhas – a mais velha com 48 anos e mais nova 43 – na companhia da sua esposa, Maria do Socorro, com o dinheiro ganho de forma honesta com sua cadeira de barbeiro.

“Um dia chegou um senhor para fazer a barba e me pagou 5 cruzeiros quando a tabela era dois. Ainda falei, mas ele deixou pra lá. Depois eu soube que fiz a barba de um governador do Ceará”, relembra.