Do Folha de Pernambuco

 

Há 33 anos uma parada cardiorrespiratória silenciava Luiz Gonzaga (1912-1989) mas, a rigor, o Rei do Baião seguiu pelas bandas de cá, em verso, prosa e nordestinidade e, vale ressaltar, em alto e bom som, tamanho o eco deixado por ele às gerações que viriam a seguir, de Norte a Sul do País.

Rememorar Seu Luiz, portanto, é saudar a Música Popular Brasileira em toda sua inteireza, é preservar o forró na proporção da grandeza que lhe cabe e resistir às (nem sempre) boas novas que surgem a cada ciclo junino. Luiz Gonzaga do Nascimento foi menino de Exu, cidade da Serra do Araripe, no Sertão Pernambucano. Cantou o Nordeste e encantou o Brasil popularizando gêneros como a toada, o aboio, o xaxado, o baião e o xote.

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O hino nordestino

Do seu nascimento, em 13 de dezembro, fez-se o Dia Nacional do Forró e com “Asa Branca” – música composta em parceria com Humberto Teixeira há mais de 70 anos – fez-se o hino da identidade musical nordestina, de um acervo que soma mais de 480 outras canções o tanto quanto compatíveis com a singularidade de um povo que, entre crenças e costumes, dores e belezas, revoou País afora em letras musicadas de lamentos mesclados de saudosismo, mesmo tomadas por agruras de realidades.

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Gonzaga segue perene e não há risco em afirmar que ele permanecerá insubstituível na alçada de cantador do povo nordestino (e brasileiro), assim como atemporal em sua “Asa Branca”, em sua “Vida de Viajante”, com o “Cheiro da Carolina” a bordo do “Riacho do Navio” ou sob o “Luar do Sertão”.