Publicado às 19h42 deste domingo, 4

Fotos: Max Rodrigues/Farol

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Num desabafo emocionado, a mãe do jovem de 23 anos que causou um acidente fatal na Avenida Enock Ignácio [relembre], na última quarta-feira (31) em Serra Talhada, procurou a redação do Farol nesse sábado (3) para fazer um apelo à sociedade serra-talhadense.

Dona Joselma de Souza Araújo, 49 anos, fala com o peito cheio de dor e amargura com tudo o que ocorreu, especialmente, por ter perdido a nora Tatiana Teles Magalhães, de 22 anos, e o netinho de 2 meses que estava crescendo no ventre dela. O filho de dona Joselma, que é mecânico, acabou preso em flagrante [veja mais detalhes da prisão].

O exame de bafômetro confirmou que ele havia ingerido bebida antes de pegar na motocicleta. O rapaz acabou furando o sinal vermelho num horário de pico de trânsito no Centro da cidade e atropelou um pedestre. Com a queda da moto, Tatiana que vinha não garupa não resistiu [relembre o fato].

FAROL ENTREVISTA – DONA JOSELMA ARAÚJO, 49 ANOS

FAROL – Qual o objetivo da senhora vir até aqui ao Farol neste sábado (3)?

Dona Joselma – O que vim falar é que ninguém deve julgar o que aconteceu. Na verdade, o que ocorreu de fato só eles dois sabem [o filho e a nora]. Meu filho errou, como todo mundo erra, ele não fez porque ele quis, foi um acontecimento em que se foi ela [Tatiana], mas também poderia ter sido ele que viesse a falecer. Eu como mãe estou muito, mas muito aperreada também, porque ele neste momento está praticamente [com a pele] na carne viva, e não quero que pessoas venham aqui falar o que aconteceu, só eles dois sabem! E que isso não atrapalhe o processo dele, confiando em Deus, porque ele é um ser humano.

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FAROL – A senhora gostaria de falar mais alguma coisa a favor dele?

Dona Joselma –  Ele foi para hospital machucado e só foi feito um Raio-x, não foi tratado do ferimento dele, teve muita escoriação, o rosto dele inchou, muitas feridas que acho que precisava levar até ponto. Mas não, ele foi diretamente para a cadeia. Mas antes de ir para a cadeia, eu tive que pedir a uma policial que visse o meu lado de mãe. E a enfermeira falou que só lavasse com água e sabão [os ferimentos].

FAROL – Isso foi logo após o acidente, como ele está hoje [sábado]?

Dona Joselma – Hoje [sábado, 3], quando eu fui deixar o café da manhã dele o policial chegou e disse: ‘seu filho está na carne viva, precisa de um médico, de um tratamento’. Graças a meu bom Deus, eu entrei em contato com o diretor da cadeia [de Serra Talhada], é uma pessoa abençoada por Deus, que vai ceder para que meu filho possa tratar dos ferimentos e do que for preciso.

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FAROL – A senhora poderia contar um pouco como é o seu filho e o que poderia tê-lo levado a causar aquele grave acidente?

Dona Joselma – À respeito da bebida, ele já vinha em tratamento, tenho os papeis [de exames médicos] dele, tenho tudo direitinho, o acidente aconteceu não foi porque ele quis, porque do mesmo jeito que foi ela e o meu neto [que morreram], poderia ter sido ele também, qualquer um não está livre de que venha acontecer algo parecido com ninguém. Quero dizer que ele é um menino bom, caridoso, trabalhador, direito, bebe como todo mundo bebe, mas a gente já vinha fazendo o tratamento nele, ele vinha tentando se livrar [da bebida].

FAROL – A senhora alega que seu filho estava precisando de ajuda e já tinha buscado tratamento para deixar de beber…

Dona Joselma – Tanto que o pastor entrou na vida dele, e ele passou 3 meses frequentando a igreja, e que estava realmente precisando de uma ajuda [psicológica e psiquiátrica]. É tanto que meu filho até hoje não está ciente e consciente do que aconteceu, mas que ele tem sim sentimento e coração. Ele não é um menino frio, ele é trabalhador, direito, de família, não aconteceu porque ele quis, então vim aqui fazer um apelo como mãe, que ninguém chegue a julgar e falar o que não aconteceu, quer falar? Fale o que é certo! O que tiver de falar e provar, vamos falar e provar, como eu estou aqui falando e tenho provas em mãos [da busca por tratamento psicológico do filho]. E falar que graças a Deus, Deus tocou no coração do diretor da cadeia que me deu um apoio para que meu filho possa ser levado a um médico para fazer o tratamento [dos ferimentos]. Meu apelo de mãe é esse: se ninguém puder ajudar, que não atrapalhe ele, porque ele já está pagando pelo crime que cometeu, que qualquer um cometeria, que poderia ter tirado a vida dele também.

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“Meu apelo de mãe é esse: se ninguém puder ajudar, que não atrapalhe ele, porque ele já está pagando pelo crime que cometeu, que qualquer um cometeria, que poderia ter tirado a vida dele também”, afirmou a dona de casa Joselma Araújo