Bom dia, boa tarde e muita boa noite aos diletos faroleiros e faroleiras. Retorno a contar histórias de um passado não muito distante que de certa forma tem nos deixado mais unidos e sintonizados. Este espaço que é de todos está a serviço de todos. Portanto, reforço o convite da escrita dominical a cada um dos leitores. Fiquem à vontade.

Logo de primeira, justifico porque resolvi voltar aos tempos de escola. Acreditem. Fiquei bastante comovido com a edição da matéria sobre os atos de vandalismos na escola Methódio Godoy. Fato, aliás, que está sendo muito bem comentado aqui neste FAROL. Violência não se justifica. Mas quando atinge um professor ela se torna ainda mais agravante.

Meus tempos foram outros. Meu primário foi no Externato São Domingos Sávio que funcionava na Rua dos Correios, em frente ao Batalhão da Polícia Militar. A diretora era dona Zuleide Vieira, professora rigorosa que tinha as rédeas da escola. Tenho saudades, por exemplo, dos hasteamentos da bandeira de Pernambuco e do Brasil. Meninos e meninas brotando para vida, com mãos espalmadas no peito esquerdo, vendo com orgulho a bandeira sendo içada pelo soldado Moreira, pai do meu amigo de fé Ronaldo Moreira. “Salve ó terra dos altos coqueiros”… e por aí vai. Não sei quais foram os motivos que tiraram este hábito das escolas. Tenho consciência que era tática da ditadura militar. Mas, era um hábito saudável. Mas isto é uma outra história.

Até hoje tenho na memória a imagem de duas professoras: Dona Noêmia Pereira, que me ensinou o a, b, c, na primeira série e dona Josefa, que fechou com chave de ouro a minha educação. Como esquecer os livros da coleção Nordeste? Eram três volumes com estudos exclusivos da nossa região. Quantos profissionais de Serra Talhada foram letrados pelo famoso Livro de Admissão? Um volume que mais parecia uma enciclopédia, de tão completo.

Na escola, mesmo no curso ginasial – 5ª a 8ª séries – nossas brincadeira eram  inocentes. Bons tempos do antigo Colégio Industrial, do mestre Nogueira, que era professor de disciplina (não sei se ainda existe esta função). Naquele tempo, ao invés de bebermos cachaça no boteco da esquina comíamos pão com doce e qui-suco na lanchonete de seu Zacarias e dona Condor. Você tinha que sair com uma formação técnica. Para isto existiam os cursos de mecânica, com o professor Levi ou Agamenon e marcenaria, com o professor Zé Ferraz. Entrei em marcenaria mas nunca consegui fazer uma régua. Fui um desastre.

Lembro-me da farda azul e branco, dos desfiles, do orgulho em desfilar no 7 de setembro e do prêmio que recebia dos meus pais após o trajeto: Um guaraná bem geladinho. Noves fora nada; me pergunto como tudo isto foi jogado na lata do lixo e substituido por valores tão pequenos. O que fizemos com os nossos bons tempos de escola? O que falta para retornamos a ter uma relação mais humana, como nos velhos tempos. Deixo a reflexão, abraçando a cada um dos meus amigos de escola.

Um bom domingo a todos!