Por Cornélio Pedro da Costa, Comissário de Polícia Civil

Olá, caros amigos faroleiros! Em busca de renovar a minha origem e história sempre me abasteço aos domingos das crônicas por muitos aqui narrados. E de forma atrevida tento me incluir na temática rebuscando na memória coisas e causos que me alegra o coração e me tortura a alma de saudades. Pieguice a parte, nestes dias, um domingo qualquer, estava eu a divagar sobre o banco de uma Honda no verdadeiro sentindo de dar asas a imaginação e de forma nostálgica buscar captar na lente de minha Fuji o meu lugar, suas pessoas e suas memórias. Deu-me uma vontade de seguir em frente apenas levado pelo tempo. Um tempo bom de antigas caminhadas e passeio pela história de cada lugar.

Hoje transformados pelo crescimento demográfico embora ainda com pouco desenvolvimento visto em muitos desses lugares. Foi um cansaço só mais juro que cheguei extasiado e embalado pela saudade. O meu partir caminhar a principio foi no sentido do Açude Cachoeira, queria estabelecer uma ponte entre a imagem natural e cartão postal da serra com o espelho criado a partir da obra humana que reflete o céu infinito.

A saudade foi imediata pelas minhas várias passagens por ali, ainda no tempo em que era administrado pelo DNOCS, onde lembro havia pesca farta e grande preocupação com a área ribeirinha e o meio ambiente a partir de uma exploração coordenada e de certa forma até fiscalizada.  Sai em direção a Serra do Cigano até hoje não sei por que ela tem esse nome.

Mas me surpreendi pela majestosa invasão de casas e novos empreendimentos que implodem naquela área, antes ocupado por um lixão as margens da BR, hoje aterrado. Em desabalada carreira segui sentido ao bairro da Bomba e me deu uma curiosidade pra rever um dos pontos fabulosos da minha infância e adolescência. A famosa Pedra do Sino que povoou por muito tempo meus fantasmas com suas lendas mitos. Pasmei agora está tudo bem diferente.

A pedra está toda pintadinha de branco e até virou outdoor  e olha que eu bati na pedra pra ouvir o sino em vão. Poxa quebraram o mistério as lendas e mitos e o que antes  foi um matel  virou um prático e discreto Motel.  Juro que tentei seguir no projeto do vôo, mas ao seguir a rota me veio à lembrança do Serrote do Urubu e aí não consegui visualizar muito do local de antigamente, bem ocupado pelos pássaros pretos famosos pela sua ação de ingerir carniça. Olha que faz um tempo que vi um bicho daqueles.

A visão atual é de uma avenida com sentido duplo e forte tendência comercial com muitas carências. Angustiei-me, pois de repente me ouvi lendo as crônicas aqui narradas e então resolvi vir pra casa. Deixei o Rio Pajeú, o antigo Curtume, será que ainda existe as Pitombas, Pico da Bandeira, Campo da Malhada e outros lugares pra depois.

Resolvi passar pela saudosa maloca na Rua Dois onde nasci e vi que lá também está tudo diferente. Sem meus irmãos. Somente a presença de meu velho pai Zé Pedro sem a sua Maria minha mãe, e o grande vazio da sua ausência saudosa. Nossa! Eu me esqueci de fotografar tudo! Será que ainda vai estar lá amanhã?

Um abraço a todos e muitas confraternização neste dia.