Serra Talhada ainda patina em direção a um futuro de desenvolvimento. Se por um lado, existe mobilização empresarial cobrando instalação de um novo aeroporto na cidade, de outro, a população da zona rural suplica por carros-pipa e pela esmola federal do Bolsa-Família. 

No quesito infraestrutura urbana, estamos “atolados”no tempo diante de ‘paquidermes’ arquitetônicos que tanto nos prometeram fazê-lo ‘andar’ e que hoje nos envergonham. O Terminal Rodoviário e o Mercado Público são dois bons exemplos, que até agora parecem afrontar a competência de vários gestores da Capital do Xaxado.

O terminal rodoviário de Serra Talhada foi construído em 1974, em plena ditadura militar. Naquela época, diria-se que a cidade era ainda tímida e o povo, “acuado”. Agora, em pleno século 21 e com uma população flutuante beirando aos 100 mil, o local é ainda fotografia do atraso. Sujo e mal cuidado, não oferece conforto e sequer segurança para os que transitam ou comercializam produtos no lugar. “Não dá para acreditar que uma cidade do porte de Serra Talhada ainda viva com um terminal desse jeito.  Acho mesmo falta de respeito com a gente”, desabafa Ana Lira, prestadora de serviço, que nos finais de semana visita a Capital do Xaxado.

O que não dá para entender é que a famosa rodoviária, sempre é utilizada como mote eleitoral. “O Governo do Estado está com um projeto de readequação e construção de novos terminais no interior. Serra Talhada está entre as cidades contempladas”, disse o secretário dos Transportes de Pernambuco, Isaltino Nascimento, sem especificar cronograma específico.
 
Mercado público

O mercado público passou por uma reforma, mas apenas no teto, por ter desabado certa vez. Entretanto, são muitas as feridas de insatisfação de quem comercializa e de quem consome os produtos no local.

“Eu mesmo gostaria de estar num lugar mais confortável e organizado. Dava mais gosto comprar”, disse a dona de casa Josefa de Souza, confessando que a cidade tem poucas opções. Ela também não está satisfeita com os serviços oferecidos pelos supermercados. “O que falta aqui é  concorrência”, diz dona Josefa, dando uma gargalhada. 

Alívio mesmo, segundo ela, só a retirada da feira livre do centro da cidade. O mercado público também faz parte do discurso eleitoreiro dos políticos serratalhadenses. Para ser uma ideia, desde a administração do ex-prefeito Augusto César(93-96) que se falava em transformar o local num polo de artesanato. Pauta levantada pelo ex-deputado Luiz Piauhylino, que desiludido, abandonou a política. Por fim, apenas uma única certeza: novas eleições se aproximam e a rodoviária e o mercado público já se encontram na pauta dos pré-candidadtos. E que venha 2012!

Fotos: Roseli Araújo