Quitéria Marise de Lima tem 59 anos e reside em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, desde os seis. Na Rua dos Expecidionários, localizada no centro da cidade, ela é conhecida como a “mulher da chave”, já que há 33 anos se dedica ao ofício de chaveira. “Perdi meu sobrenome para minha profissão e não me arrependo. Agora vejo que a profissão foi meu marido”, ressalta.

Natural de Catende, na Mata Sul, Quitéria se tornou chaveira aos 22 anos por uma “questão de sobrevivência”, como ela mesma diz. “Eu tinha dois filhos pra criar. Meu marido era chaveiro e eu aprendi a fazer o que ele fazia para sustentar as crianças”, explica.

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Hoje viúva, a “mulher da chave” conta que quando começou na profissão, as mulheres eram as que mais rejeitavam os serviços dela. “Foi muito difícil porque tinha serviço que eu não sabia fazer. Mas eu aprendi e fiz pra mostrar às pessoas que eu era capaz”, enfatiza.

Ao G1, Quitéria diz que com o tempo, os clientes foram chegando. De acordo com ela, muitos deles passaram a dizer: “só quero fazer com a mulher da chave”. “Eu comprava peças novas, desmontava e montava de novo pra aprender como a peça era feita. E assim eu criei meus filhos”, afirma.

Quitéria já prestou serviços de chaveira para bancos, hospitais, escolas e até a prefeitura de Caruaru. “Eu abro fechadura, tiro cópia de chaves, faço tudo”, brinca. Questionada sobre o amor à profissão, a chaveira diz que o trabalho é a vida dela. “[Se pudesse escolher], seria chaveira de novo. Só deixo de fazer chave quando morrer”, completa.

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