Publicado às 05h30 desta terça-feira (27)

Um mulher Trans alega que foi vítima de preconceito na Farmácia Central do Município de Serra Talhada. Ela procurou a redação do Farol para contar que teve medicação controlada barrada, nessa segunda-feira (26), após atualizar os documentos pessoais com nome social. Ela atualizou a documentação há 1 ano e até então a entrega do remédio era feita sem nenhum problema.

Em conversa com o Farol, Thayla Arielly Diniz da Silva, 28 anos, informou que faz uso do medicamento contra depressão e traumas, prescritas por um psiquiatra, há mais de 1 ano quando ainda estava com a documentação masculina e após a atualização dos documentos continuou recebendo o remédio da farmácia. Porém em fevereiro e nessa segunda-feira(26) a pessoa que ela mora, que considera um pai, foi receber, mas voltou de mãos vazias com o coração dolorido pelo preconceito que vivenciou nas duas ocasiões.

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”Pedi pra meu pai Ogã (que é da minha religião que não vem ao caso) ir pegar as minhas medicações e chegando lá na Central de Medicações do Município foi barrado e humilhado por preconceito por que sou Trans. Ele teve que dizer a funcionária que iria me levar pra poder mostrar meus órgãos sexuais para provar que eu mudei meu nome, isso não existe sou um ser humano igual a todos e exijo meus direitos. Tenho traumas e depressão, necessito dessa medicação foi prescrita pela psiquiatra,” relatou Arielly, continuando:

“A funcionária ainda falou que nem a prefeita resolvia nada lá. Já estou sem medicação há 2 meses. Das outras vezes eles mandaram numa boa, mas agora vêm com isso. Meu pai foi barrado pela segunda vez e ainda por cima ela falou assim pra ele: ‘para quê uma criatura dessas nasce homem e quer ser mulher? Muda até de nome!’ Eu quero uma resposta, pois necessito dos meus medicamentos,” cobrou Thayla.

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O OUTRO LADO

A redação do Farol de Notícias entrou em contato com a secretária Executiva de Saúde de Serra Talhada, Alexsandra Novaes para averiguar a situação.

“Tem um divergência entre o documento dela e o sistema da medicação, é um sistema ligado ao cartão do SUS, os documentos dela está tudo ok com a mudança no nome, quando a gente joga no sistema no cartão do SUS aparece o nome antigo, por conta dessa divergência as meninas estavam tendo problemas na farmácia, mas já foi autorizado entregar a medicação dela, colocar a observação no sistema que tem essa questão da mudança do nome. Já foi solicitou a ela que viesse à secretaria para organizar o cartão do SUS, mas a medicação dela vai ser autorizada tranquilamente”, afirmou.