Publicado às 04h50 desta terça-feira (16)

Após o governador Paulo Câmara decretar quarentena no estado de Pernambuco, a reportagem do Farol foi as ruas de Serra Talhada ouvir a opinião da população.

Foram entrevistados 8 populares entre moradores da cidade e da zona rural e apenas 1 concordou com o novo decreto.

Outros afirmam que avaliam os dois lados da situação, uma vez que o fechamento é para o bem comum, porém reconhecem as dificuldade que pode ocasionar para comerciantes e comerciários.

FALA POVO SOBRE QUARENTENA EM SERRA TALHADA

Francisco de Assis Ferreira, 62 anos, agricultor, morador do Sítio Salgadinho, distrito de Serra Talhada.

”Fechar não não vai resolver o problema e a gente precisa trabalhar para ganhar o pão de cada dia. O que eu acho é que todo mundo coopere, cada um se cuide, se previna. Tem gente que não está nem aí”, afirmou o agricultor.

 

 

 

Renato Irineu Gomes de Moura, 31 anos, serralheiro, morador do Ipsep em Serra Talhada

”Se fechar é bom para a gente tomar consciência do que está acontecendo porque com esses leitos cheios a população vai sofrer futuramente. Mas, a gente tem que entender também o lado do comerciante que vai ter prejuízo, mas fazer o quê?! A gente tem que tentar conscientizar tanto o lado da prevenção quanto o lado do cidadão. Tem que tentar organizar para ficar bom para todo mundo. Eu concordo um pouco com o fechamento para amenizar o vírus e não concordo porque muita gente vai sofrer as consequências. Mas a gente vai ter usar o bom senso”, explicou o serralheiro.

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Gildomar Soares do Nascimento, 28 anos, vendedor, morador do Vila Bela em Serra Talhada.

”Só deveria fechar se tivesse uma situação de perigo próximo ao comércio, mas em questão das pessoas não usar máscara e gel não seria motivo para fechar tudo, só se tivesse um risco grande. Fechar um local que não tá dando muitos casos é uma atitude meio apressada. Só se tivesse uma coisa fora do limite. Fechando vai ter muitas pessoas sem renda e a falta de ganho pode gerar muitos problemas para as famílias brasileiras”, esclareceu o vendedor.

 

Damião Ferreira, 57 anos, agricultor, morador do Saco da Roça, distrito de Serra Talhada.

”Eu acho que não deveria fechar, não resolve nada não, por isso não concordo”, afirmou o agricultor.

 

 

 

 

Luiz de Varzinha, 53 anos, carpinteiro.

”Ele tem que tomar as providências, porque de qualquer maneira vai complicar, se fechar vai complicar, se não fechar também. Para mim não faz diferença nenhuma. Eu acho que se fechar provavelmente os casos vão diminuir. Mas as coisas vão ser pior para o povo em tudo da área de serviço”, ressaltou o carpinteiro.

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Edvaldo Aureliano dos Santos, 52 anos, vendedor de picolé, morador de Serra Talhada.

”Acho que é uma boa, porque todo mundo está prejudicado e fechar não é uma má ideia não. Eu sou de acordo pelo bem da população, nunca perdi ninguém para a covid, mas a vida e a saúde está em primeiro lugar”, explicou o vendedor.

 

 

 

Um outro morador de Varzinha, distrito de Serra Talhada também opinou, contudo preferiu não se identificar.

”Isso aí é difícil. Fechar depois que já está nessas alturas? De qualquer maneira a doença continua e o pessoal vai viver de quê? Por mim tanto faz, mas acho que não resolve nada não.”

Uma vendedora que trabalha do comércio local também deu sua opinião pedindo anonimato. Disse que analisar as duas situações e falou de dificuldades e falta de consciência das pessoas.

”Não concordo. Se o comercio fechar como vamos vender? A maioria que trabalha no comércio sem carteira assinada só recebe R$ 500 pelo tempo que passar fechado. Eu vou receber só meio salário, fica muito difícil para uma dona de casa que cuida de uma filha sozinha e que paga um aluguel de R$ 500 todo mês, o que vou receber é só para pagar o aluguel. Por outro lado, seria bom porque as pessoas não se conscientizam, se viessem ao comércio só para comprar e ir embora para casa, mas não.

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Tem pessoas que vêm às lojas que acabaram de sair do hospital com covid e vem para as lojas comparem. Outra coisa erradíssima, enfermeiras que saem dos hospitais e vem para as lojas com a roupa de fardamento do trabalho. Qual a conscientização de uma enfermeira dessas? A situação é difícil para todas as pessoas, e para nós mais ainda. O empregador também vai sofrer, mas tem muito mais condições financeiras do que os funcionários.”