Por Adelmo Santos, Poeta e escritor, membro da Academia Serra-talhadens de Letras

Publicado às 13h15 deste domingo (21)

Nessa foto estão em pé: Adelmo da Favela, Lucivaldo, Ramón, Valmir, Antônio de Bia e Lilito. Agachados: Zominho, Edinaldo, Naldinho, Luiz e Gilmar. Quando não tinha celular, internet e as redes sociais, era assim que os amigos se encontravam nos quintais.

Essa foto foi tirada em 1983, numa reunião de amigos no quintal da casa de Valmir, na Rua Manoel Pereira Lins, onde hoje fica a pracinha. Foi o tempo que os amigos se juntavam nos quintais para fazer uma festinha. Era só fazer uma vaquinha e logo estava na mesa, um litro de Coca-Cola para tomar com Rum Montilla. Também tinha uma caipirinha com o melhor tira-gosto, que era tripa com farinha.

Na foto Nego Valmir, num quadro que ele segura, mostra a sua caricatura. Nessa época entre os amigos, as amizades eram puras. Eu morava em São Paulo e quando saia de férias vinha para Serra Talhada, pra curtir a minha terra. Todo ano eu viajava para matar a saudade e reencontrar meus amigos.

Foi um tempo bom da minha vida lá na rua da Favela, as amizades de hoje, nunca mais são como eram. Eu estou com o chapéu de couro e a camisa dividida: de um lado o time do Santos F.C. e do outro o Santa Cruz, dois times da minha vida. Essa camisa foi feita por encomenda, a um amigo de Londrina-PR. Sem querer eu acabei entrando na história, como a primeira pessoa a usar esse tipo de camisa dentro de Serra Talhada.

Lucivaldo e Lilito são irmãos. Ramón vive em São Paulo, Valmir trabalhava no Bandepe e foi embora para Trindade, Antônio de Bia mora em Serra Talhada, Lilito trabalha na URFPE em Serra Talhada, Edinaldo trabalha como agente de endemias em Serra Talhada, Naldinho foi embora para Rondônia e Luiz trabalha como vidraceiro em Serra Talhada.

Foi um tempo que passou para nunca mais voltar, não existia internet não havia celular, os amigos se encontravam pra poderem conversar. É pena que alguns desses amigos já não estão mais aqui. Lucivaldo, Zominho, Naldinho e Gilmar são falecidos. Foram todos grandes amigos, enquanto vida eu tiver, jamais serão esquecidos.