Publicado às 17h16 desta sexta-feira (11)

Por Leandro Lucena, professor de estatística da UFRPE-UAST

No último dia 9, após quatro dias sem apresentar os números da COVID-19, Serra Talhada registrou 113 casos, chegando aos incríveis 3.595 registros acumulados.

Embora os números de casos no município divulgados pelo boletim diário apresente queda, o que pode ser visto pelo indicador de média móvel, que no dia 27/08/2020 era de 37,9, já no dia 10, este indicador sofreu uma queda para 28,9, variação de -23,8% quando comparado à média móvel do dia 27/08/2020 (Figura abaixo)

Os números divulgados pelo Ministério da Saúde divergem dos apresentados pelo Município. De acordo com a base de dados do Ministério da Saúde, Serra Talhada em doa 9, registra-se 3.828 casos da COVID-19 e não 3.595, levando a uma diferença de 233 registros.

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Na Figura abaixo mostra a evolução dos casos acumulados pelo Município de Serra Talhada e pelo Ministério da Saúde.

Observe que até o 79º dia do primeiro caso (26/06/2020) os registros se mantêm em igual patamar, do 80º (27/06/2020) ao 146º (31/08/2020) dia do primeiro registo o município de Serra Talhada apresenta mais casos acumulados que a base de dados do Ministério da Saúde, porém desde o dia 01/09/2020 (147º dia após o primeiro registro) período em que a gestão municipal afirma que os números da COVID-19 estão em queda o Ministério da Saúde não demostra tal queda, pelo contrário os números só crescem.

A média de casos diários dos últimos dez dias segundo informações do boletim diário é de 34 casos, já segundo as informações do Ministério da Saúde é de 60 casos (aumento de 76,5% no número de casos em 10 dias).

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NOTA DO FAROL DE NOTÍCIAS

A reportagem entrou em contato com a Controlador Geral da Prefeitura de Serra Talhada, Theunnas Peixoto, para um possível pronunciamento sobre a divergências entres os dados do Ministério da Saúde e os do boletim do município e este comunicou que não teria como apresentar um contra ponto sem a base de dados utilizada pelo professor Leandro Lucena.

Farol esclarece, porém, que a base de dados não foram feitas pelo docente da UFRPE/UAST, mas pelo Ministério da Saúde.