Publicado às 04h39 desta quinta-feira (21)

Por Jorge Apolônio, Policial Federal e integrante da Academia Serra-talhadense de Letras (ASL)

Claro que não é fácil ser juiz. Primeiro, tem-se que passar num concurso dificílimo, depois, tem-se que decidir sobre o ganho e a perda de direitos de indivíduos e instituições, e até sobre a liberdade de alguém. São decisões difíceis, mas necessárias. Também tem que se ter uma vida regradíssima para se manter a reputação ilibada e o respeito. É uma clausura.

Mas também não é fácil ser, por exemplo, agricultor no sertão, no semiárido, capinar de sol a sol, dia após dia, ano após ano para obter aquela safra minguada, quando há safra, viver uma vida de agruras, aflição e limitações financeiras que repercutirão na qualidade precária de vida da família. É desalentador.

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Por óbvio, se fosse uma questão de preferência, preferir-se-ia a vida de juiz, pois esta tem suas incontáveis compensações, algumas até injustas, pois quem as paga é uma imensa maioria de renda baixa que, por isso mesmo, não admite ter que pagar benesses para quem já paga bem.

As duas principais características da justiça brasileira são: cara e tardia. Como se vê, são negativas. É algo constrangedor, senão revoltante. Justiça que tarda é falha, e justiça que falha não é justiça, é um arremedo disso. Sejamos justos: o juiz até trabalha muito, mas o modelo é contraproducente, além de elitista. É preciso mudá-lo e vem-se tentando, mas demoooooora.

Até o STF, Supremo Tribunal Federal, que não deveria nos dar maus exemplos, nos dá incontáveis, infelizmente. Dos seus 11 ministros, há uma maioria tênue de 6, sobretudo Tóffoli, Lewandowski e… Gilmar Mendes, que tem despertado o asco da população brasileira por agir na contramão da justiça que o Brasil pretende e da qual precisa.

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Por causa disso, nesta semana, 29 senadores protocolaram o requerimento da CPI do STF, e o senador Jorge Kajuru em entrevista já deu o maior esculacho em Gilmar Mendes, chamando-o de corrupto, canalha e vendedor de sentenças, entre outras “pérolas”. Isto sem falar em mais um pedido de impeachment (o décimo ) contra… Gilmar Mendes.

É fato que Gilmar Mendes, há muito vem achincalhando a justiça brasileira e também a reputação de juízes, procuradores e outros atores do direito. Desclassifica qualquer suposto desafeto seu com palavras chulas e agressivas, além de soltar quem acha que deve, apesar das provas. Em sua suposta sabedoria, não aprendeu uma lição óbvia: quem semeia vento colhe tempestades. Talvez, por se achar no Olimpo dos deuses, ele acreditasse que uma tempestade ali não chegaria. Deu no que deu. Despertou a ira de toda uma nação ansiosa por Justiça,. Por tudo isso, a indefesa e indignada população brasileira fez de Jorge Kajuru seu porta-voz. #SOMOSTODOSKAJURU.