João também seguiu os passos do pai, mas esse é Silva e não Campos. Esse não tem o genes dos Arraes no sangue. João acorda com os galos, cuida dos bichos, tira o leite, cata os ovos, agoa a roça, arruma a cancela. Ao meio dia almoça a fava que ele mesmo colheu, bebe do suco de fruta que ele mesmo plantou e se banha com a água da cacimba que ele mesmo foi buscar. Depois vai para escola, porque futuro garantido só tem quem estuda, e olhe lá. Pega o carro e enfrenta a estrada de terra nos olhos. João tem 22 anos, mas ainda tenta sair da 8ª série, com tanto trabalho na roça não dá para estudar, às vezes até perde aula na segunda para vir para a feira vender o que a terra lhe dá. O primeiro emprego de João da Silva é remunerado com o sustento da casa, dos seus pais e irmãos.
Não é que a vida seja injusta e João e Maria Eduarda dos Campos não podem mostrar competência nos seus respectivos cargos no governo. A política está no sangue, talvez a humildade não. A pressa na criação do nome em sucessão é iminente. A filha de Barack Obama também não está trabalhando?! Servindo café para atores de um seriado de televisão, ela é estagiária mesmo sendo herdeira do homem mais poderoso do mundo. João, Maria, José ou Damiana, tantos jovens que estão por aí procurando ou dando duro nos seus primeiros empregos, aprendendo o valor do dinheiro. Mas o que nunca vai acontecer é que a maioria da população do nosso estado, do nosso país, jamais terá os mesmo privilégios que os herdeiros políticos de Pernambuco usufruem.
4 comentários em O nepotismo das famílias pernambucanas que nunca terão a mesma sorte dos irmãos Campos