A foto em destaque é do final dos anos trinta. Nela é possível verificar o grande numero de casas que compunham o centro da cidade. Dois prédio se destacam na Praça da Igreja do Rosário, na época era chamada de rua João Pessoa, das duas construções poucos se sabe.

Outro fato que chama atenção não existe árvores nas ruas da cidade, isso só comprova que não haviam projeto de arborização naquele período. Também destaque a imagem da antiga prefeitura municipal, que
ficava do lado direito da Igreja, e onde se pode ver que não haviam sido plantadas as tradicionais algarobas que enfeitam a rua dos Correios.

Lamentável. Essas algarobas foram podadas neste sábado (4) de forma estranha e sem muitas explicações pela Prefeitura Municipal.

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A PRESENÇA DAS ALGAROBAS ‘TRÊS MARIAS’ EM SERRA TALHADA

A algaroba chegou a Serra Talhada por iniciativa do Professor J. B. Griffing, da Escola de Agronomia de Viçosa, Minas Gerais, que enviou as sementes da planta para a Estação Experimental da Fazenda Saco, no início dos anos 40. Na Estação Experimental, na época uma das maiores referências em agronomia do país, foram desenvolvidas as primeiras mudas da algaroba.

Em 1942, no dia da árvore, 21 de setembro, a diretora do então recém inaugurado Grupo Escolar Solidônio Leite, a Professora Maria Stella de Godoy Batista, junto com um grupo de alunos resolveram plantar as primeiras mudas de algaroba em frente ao prédio da prefeitura municipal, onde hoje funciona a coletoria estadual.

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Naquela data foram plantadas cinco mudas, das quais apenas três sobreviveram, outras mudas posteriormente foram plantadas na própria escola e no Hospital Professor Agamenon Magalhães (HOSPAM).

As três primeiras mudas que sobreviveram são hoje conhecidas popularmente como “as três Marias” e por diversas razões já se incorporaram a paisagem e a memória histórica da cidade, mas que por questões desconhecidas, estas que são as primeiras algorabas plantadas no Brasil – há quase 75 anos – não são reconhecidas e nem tão pouco valorizadas. Ao invés de serem cuidadas, são bruscamente cortadas, literalmente, até o tronco.

O ideal é que elas fossem identificadas com placas de mármore, ou outro material, e que recebessem acompanhamento de biólogos periodicamente, desta forma, o local ficaria mais seguro e belo, e as plantas poderiam se tornarem uma atração turística.

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Infelizmente a cidade de Serra Talhada é muito pobre no que se refere à preservação da sua identidade e de sua memória, mas o que se esperar de uma cidade na qual só se preserva apenas as pegadas deixadas por Lampião? Talvez se Lampião tivesse feito xixi nas “três Marias” elas estariam bem mais valorizadas.