Publicado às 06h32 deste domimgo (9)

Por Giovanni Sá, editor-geral do Farol de Notícias

O Brasil amanheceu mais triste neste domingo (9), Dia dos Pais. Batemos o patamar de 100 mil mortes por covid-19, e mais de 3 milhões de infectados. Ao lado dos Estados Unidos, somos vitrine de uma autêntica tragédia humana, em apenas cinco meses, contando a partir do primeiro óbito, ainda em março.

São pais, mães, filhos, mulheres e maridos que ainda choram seus mortos. Uma dor que sangra, e parece não ter hora para parar. Em Serra Talhada, até agora, sepultamos 31 conterrâneos. Sepultamos, não. Jogamos nas valas abertas pelos coveiros, porque todos os corpos tiveram que ser enterrados sob os protocolos de segurança.

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Neste Dia dos Pais acordei mais triste. A maioria dos mortos se transformaram em números, e parece que já começamos a nos acostumar com a estatística de mil mortes por dia, como vem sendo até agora. Abrimos comércios, bares e restaurantes, partidas de futebol foram retomadas, praias lotadas, e tudo termina no cemitério, que acolhe os mortos, e fecha os portões para os vivos. Esta é a covid-19!

Mas, cá entre nós, tenho a impressão que temos a nossa parcela de culpa. Onde estávamos quando o presidente Jair Bolsonaro, que não criou um plano de contingência para salvar vidas, disse que ‘era apenas uma gripezinha, e ele tinha porte de atleta’?

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Passivamente, assistíamos em rede nacional o presidente, que deveria estar na frente da batalha, ir para as portas de botequins e padarias, sem máscara, dizer que o vírus não existia. O governo não gastou sequer 30% dos recursos alocados no orçamento, para combate da pandemia, porque não há plano para tal fim. E o que fizemos além de assistir ao Jornal Nacional?

O que fizemos quando o presidente genocida disse que não era coveiro, quando questionado sobre as primeiras mil mortes? Nada! Somos o espelho de uma nação de cócoras, de luto, com um presidente que já foi denunciado na Corte de Haia, por crime de genocídio.

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Bolsonaro foi capaz de lançar nas redes sociais, nesse sábado (8), um sorriso estampado após o seu Palmeiras ser campeão. Quanto às 100 mil mortes…

Até quando vamos ficar sem reação?

Estou de luto!