Por Eugênio Marinho, empresário de Serra Talhada
Você ainda acredita em Papai Noel? Todos nós, por um bom período de nossas vidas acreditamos. Um dia, de alguma forma, nos chega a informação de que o Papai Noel é um personagem, uma fantasia, na verdade ficamos sabendo que o presente que ganhamos na noite de Natal foi comprado por alguém que nos ama, não por ele. Alguém, que muitas vezes fez um sacrifício enorme para poder nos presentear.
Assim, o que era uma verdade incondicional para nós, a única forma de explicar a realização de um desejo nosso, um pedido de Natal, por uma informação, deixa de existir e nos remete a uma nova percepção da realidade. Nós não éramos estúpidos, acreditávamos porque não tínhamos a informação. Em quantas coisas acreditamos por não termos informação? Talvez por isto a imprensa, expressão máxima da informação, seja perseguida e odiada pelos regimes populistas e ditatoriais e por todos aqueles que têm algo a esconder.
A grande maioria dos políticos brasileiros não têm a menor transparência com a gestão dos recursos públicos, embora todos digam o contrário. Escondem as informações que permitiriam a população julgá-los como gestores honestos e eficientes, ou não. Como no caso de Papai Noel, antes de termos informações, conhecemos deles apenas as ações teatrais de um personagem, nunca as do ator.
Da mesma forma que não adianta pedir a Papai Noel algo que quem verdadeiramente vai lhe presentear não tem condições financeiras de comprar, não adianta pensar que nenhum governo vai ser capaz de fazer mais do que a boa gestão da arrecadação de impostos permite. É preciso trabalhar, não depender das benesses políticas, construir a própria história e exigir que a justiça seja independente para punir, exemplarmente, todos que desviarem os recursos públicos, fonte de oportunidades que pode ajudar muitos brasileiros.
A cada quatro anos alguns procuram um salvador da pátria, esta, é uma busca inútil, pois ele jamais será encontrado numa só pessoa, ele é algo intangível, formado por vários comportamentos individuais. Sim, o Brasil, Pernambuco e Serra Talhada precisam que todas as pessoas que ganham sua vida honestamente decidam, cada um com sua contribuição digna, salvar a pátria das garras dos oportunistas.
O retrato falado deste salvador terá: os olhos vedados de uma justiça equilibrada, mas, independente, imparcial e exemplar para todos. Com os cabelos grisalhos de quem já caminha há 515 anos e já aprendeu que Papai Noel é uma fantasia e que o melhor presente que podemos ganhar na política é a gestão eficiente e transparente dos limitados impostos arrecadados. Com o suor de uma vida de trabalho digno escorrendo pelo rosto e para que ninguém tenha dúvida sobre sua identidade, dois traços, um verde e outro amarelo, a dizer: acima de tudo, eu sou brasileiro. Quando ele passar na sua frente siga-o, imitando a conduta dele, ele é o único que pode nos levar a civilização.
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