eugênioPor Eugênio Marinho, empresário de Serra Talhada

No entanto, o maior prejuízo dado por elas ao Brasil, foi o que as mesmas por aqui deixaram, qual seja, o hábito de levar vantagem ilicitamente.

O tempo passou e as caravelas continuam a nos roubar. Alguns políticos, funcionários públicos e empresários, detonam o nosso Brasil, que hoje é a sétima economia do mundo, levando para suas contas no exterior e padrões de vida injustificáveis por suas rendas oficialmente declaradas, uma boa parte do dinheiro que recolhem de toda a sociedade sobre o pretexto de assegurar a mesma, saúde, educação, segurança e infraestrutura.

O grito do Ipiranga, independência ou morte, na verdade não expulsou as caravelas de vez do Brasil, apenas as colocou num estaleiro e lá trocou suas bandeiras estrangeiras, por bandeiras verde e amarelo. Pronto, agora somos roubados por nossos próprios compatriotas, alunos exemplares das práticas que outrora levavam as nossas riquezas a troca de migalhas. Mudaram as bandeiras e as migalhas, mas as práticas são as mesmas e suas consequências são a deteriorização, dia a dia, do nosso país.

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Falta dinheiro para tudo, sobra milhões nos porões das caravelas, lá se vão eles para as contas de nossos compatriotas no exterior ou para seus padrões de vida injustificáveis. Enquanto conseguirem carregar os porões de suas caravelas acobertados por leis que lhes favorecem, nós, a grande maioria da sociedade brasileira ficará acorrentada na triste realidade de terceiro mundo que vivemos. Parece que os nossos exploradores do passado deixaram além do hábito de levar vantagem ilicitamente, a nossa incapacidade de se indignar quanto a estes sistemáticos abusos. Seríamos uma raça inferior? Será o aeroporto a única saída para quem gostaria de viver num país civilizado?

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Agora o roubo vai ser oficializado. Quem tiver dinheiro no exterior sem ter declarado a receita, federal do Brasil, dinheiro, independe de sua origem, será taxado em 15% mais 15% e tudo estará certo. Por exemplo, os duzentos milhões roubados de apenas dois lotes das obras da transposição, se estiverem lá fora, sessenta milhões vão voltar, os outros cento e quarenta milhões serão oficialmente reconhecidos pelo governo brasileiro como lícitos e de propriedade dos seus correntistas. Por que não questionar a origem do dinheiro existentes nestas contas?

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Por que não resgatar o total daquelas contas que não justificarem a origem lícita do dinheiro, indiciar criminalmente seus correntistas e tributar apenas aquelas cuja origem lícita for comprovada? Quantas você acha que conseguiriam justificar a licitude da origem destes recursos? Como pode um país deste nunca dá certo? A sociedade brasileira pode se sentir recebendo um espelhinho, exatamente, como se sentiam os nossos antepassados indígenas.

Nosso maior poeta, Luiz Gonzaga, foi mestre em sentir o que povo diz e dizer o que povo sente, mas parece que ninguém escuta. Ou falamos baixo demais ou eles estão, propositalmente, surdos. Já passou, faz tempo, da hora de todos gritarmos: Basta Brasil.