Augusto já deu inúmeras declarações sobre o assunto, mas nenhuma tocou na questão chave que explique tamanha reviravolta. Na verdade, após o sucesso eleitoral em 1992, a eleição para deputado estadual em 1998, e a eleição do seu aliado Geni Pereira, em 2000, Augusto vem perdendo, ano a ano, aliados importantes. É bem verdade que o petebista conseguiu eleger o filho para deputado em 2006 e, em 2010, Augusto-pai se elegeu como primeiro suplente.
“Duas décadas depois, Augusto e Inocêncio encontram-se juntos no mesmo palanque, sendo que o primeiro dessa vez é apenas coadjuvante“
Mesmo assumido o mandato em função dos titulares terem sido convocados para cargos no poder executivo estadual, o líder petebista, até o encerramento do prazo de filiação para as eleições desse ano, não tinha opções para encabeçar uma chapa para a disputa em Serra Talhada. No apagar das luzes, surgiu Fonseca Carvalho, que acabou dando certo no seu grupo. Esse foi o grande trunfo para que Augusto conseguisse fechar o acordo histórico com Inocêncio. Para alguns, isso pareceu muito, porém, demonstra como o grupo dos antigos “cabeças vermelhos” ruiu e perdeu espaço ao longo do tempo.
Fica evidente que falta ao grupo petebista unidade e a tão propagada renovação que, de fato, ocorreu no acordo PTB/PR, mas que na verdade deveria ser de quadros (dirigentes) e de uma atuação mais contundente de Augusto junto as suas bases. O vácuo deixado por ele, de maior opositor do deputado Inocêncio Oliveira, tem tudo para ser ocupado pelo PT, a partir de agora. Para Augusto só restam dois caminhos: Torcer pela eleição do candidato republicano a prefeitura municipal e a consolidação do nome do senador Armado Monteiro para governador em 2014.
“Para alguns, isso pareceu muito, porém, demonstra como o grupo dos antigos “cabeças vermelhos” ruiu e perdeu espaço ao longo do tempo”
Caso contrário, ficará em situação difícil, pois, mesmo que se reeleja deputado, perderá parte do seu já enfraquecido grupo, o que poderá levá-lo a ficar dependente definitivamente do deputado Inocêncio Oliveira, provando que na política”óleo e água”podem formar um único elemento.
*Paulo César é professor especialista em História Geral
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