O deputado Inocêncio Oliveira concedeu uma entrevista no inicio da semana, à Folha de Pernambuco, dizendo não estar suportando mais observar o “sangramento” do Partido dos Trabalhadores (PT) em Recife. Aliás, o deputado fez uso de uma outra expressão para defender uma candidatura do PSB a prefeitura da Capital. “Ninguém aguenta mais essa chafurdação do PT. A solução para unir a frente popular não é a candidatura petista”, disparou Inocêncio, bem ao seu estilo. Aos olhos da gramática, “chafurdar” é envolver-se em lamaçal. Atolar-se em vícios. Perverter-se.

Com tamanha sabedoria, o nobre deputado esqueceu que  foi ele, Inocêncio, que começou a chafurdação em Serra Talhada.  Há um ano, o deputado chafurdou quando lançou publicamente, na sede do PR, em Recife; o nome de Luciano Duque a prefeito de Serra Talhada. Isto, sob o olhar atônito do seu primo Sebastião Oliveira. Foi Inocêncio que continuou chafurdando, alimentando  as esperanças de Duque e emitindo constantes sinais positivos. O deputado  chafurdou o seu grupo até meados de dezembro e sustentou o nome de Duque até a prorrogação.

Encerrou o ato ‘chafurdório’ de forma melodramática, quando fez com que Luciano Duque e o prefeito Carlos Evandro  fossem até a capital para ouvir que agorá o nome era o de ‘Sebá’. É dificil apontar o cisco no olho do outro quando se tem uma trave. Muitos dos momentos vividos até agora, na complicada e tensa eleição da Capital do Xaxado, começou no exato momento em que o cacique optou por ‘chafurdar’ o processo eleitoral na cidade.

*Giovanni Sá é jornalista editor do FAROL