Paulo César é professor e escritor serratalhadense

A filiação de Marina Silva ao PSB (Partido Socialista Brasileiro) de Eduardo Campos foi o grande acontecimento político partidário do ano, fato que gerou inúmeras interpretações e analises pelo Brasil afora, já que se trata de uma aliança que tem como objetivo – apesar de programas partidários diferentes – a disputa presidencial do próximo ano.

No entanto, é possível verificar que nessa aliança existe uma clara movimentação para a formação de uma frente ampla, que reune políticos da extrema direita, da direita, do centro e pós-socialistas, para derrotar o PT (Partido dos Trabalhadores) e o “lulismo”.

Essa proposta ficou muito clara na justificativa de Marina Silva para se filiar ao PSB, pois ela abdicou do seu nome para apoiar Eduardo Campos para presidente para combater “o chavismo” no Brasil. Marina, na realidade; cometeu um grande erro, pois seria o nome mais forte para enfrentar Dilma e até mesmo Lula.

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Apesar de um discurso consistente, ela ainda peca na comunicação com a sociedade. Por outro lado, ela tem o perfil ético que a população que foi às ruas protestar deseja. Infelizmente Marina não seu deu conta de sua importância e preferiu ir para o embate da forma mais conservadora que existe, o oportunismo partidarista eleitoral, ou seja, o tudo pelo poder.

Os maiores beneficiados com essa história foram Eduardo e Dilma. O primeiro por que ganhou visibilidade nacional, e a segunda, por que a sua principal concorrente está fora do páreo, além de ser um nome a menos na disputa, o que acaba possibilitando que a eleição seja decidida no 1º. turno. Na verdade, Dilma ainda continua em situação privilegiada, pois detém o controle da máquina estatal e conta com um grande leque de partidos na base governista.

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Além disso, os programas sociais garantem a ela uma forte penetração nas camadas sociais mais pobres. O grande adversário de Dilma no momento é a economia. Se a inflação estiver controlada em 2014, ela será reeleita com tranquilidade. Outra coisa importante a ser dita é o fato de que pela primeira vez, em sete anos de governo, Eduardo Campos enfrentará de fato os efeitos de um movimento de oposição.

Sendo que essa oposição será articulada a nível nacional? Um elemento a mais nessa salada mista que virou a campanha pré-eleitoral, com direito a agropecuaristas e ambientalistas em um palanque, assim como industriais e sindicalistas em outro.

Um forte abraço a todos e a todas e até a próxima!

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P.S.: O prefeito Luciano Duque acertou quando da retirada do projeto de Lei 043/2013, que aumenta a alíquota da previdência para os servidores públicos municipais (coincidentemente essa proposta foi apresentada na minha opinião do último domingo, 05/10) da pauta de votação CMST, para que sejam feitas novas rodas de discussão sobre o tema.

Mas, para que realmente a coisa dê sinal de recuperação é preciso que sejam feitas mudanças urgente na gestão do Instituto de Previdência Própria (IPPST), sem elas é impossível sanar os problemas existentes no órgão.