Eugênio Marinho é empresário

Todos, como humanos, somos passíveis de erro. Erra-se: ao abandonar os filhos, ao não se ser produtivo, ao não se buscar a qualificação, ao ultrapassar o sinal vermelho, de carro ou a pé, ao se beber e insistir em dirigir, ao se jogar o lixo que se produz em qualquer lugar, ao se depredar o patrimônio público, ao se condenar alguém, antes de questioná-lo e analisar a veracidade das respostas e das evidências, ao se fraudar concursos, ao se encobrir o erro dos outros, ao se utilizar o dinheiro público em benefício próprio, etc.

Imagine o caos que seria uma sociedade se não houvesse uma penalidade associada a cada um dos erros cometidos. Em todos os países, sem exceção, em que se atingiu o patamar de civilidade a regra é esta, e não poderia ser outra. É quase que uma lei natural, a todo erro, uma pena. A máxima, de que, para os amigos tudo e para os inimigos a lei com todo o rigor, nos conduz apenas ao caos social. A pena deve está calibrada, unicamente, pela gravidade do erro e ser válida para absolutamente todos, sem exceção, inclusive para o amigo que o cometer.

O cumprimento de uma pena não desqualifica os acertos anteriores ao seu erro associado, nem muito menos é indicativo de que novos acertos estão descartados para o futuro. Vemos isto diariamente, motoristas que respeitam vários sinais, desrespeitam um, são multados por isto, e na maioria das vezes, como conseqüência da multa que levaram, voltam a respeitar os seguintes. O erro e a pena, estão para a civilização, assim como a doença e o remédio estão para nossa vida.

Se os erros ocorrerem e não tiverem as penas correspondentes, a sociedade se degenera, assim como, se formos acometidos por uma doença e não tomarmos os remédios corretos e nas doses certas, o corpo padece. A sociedade que não quer conviver com esta realidade, uma pena para cada erro, para todos que a compõe, não fica isenta de pena, muito pelo contrário, pode receber a maior delas, a guerra civil. O erro é humano, a pena, uma criação humana, extremamente necessária para nos proteger de nós mesmos.