Por Paulo César, professor especialista em História Geral

Desde o final da década de 80 alguns setores da política local, leia-se o grupo do Deputado Inocêncio Oliveira (PR),
propagam, em alto e bom tom, que Serra Talhada é o 4º polo médico de Pernambuco. Essa “badalada” conquista é recheada de controvérsias, por isso, para que se chegue a uma conclusão que se aproxime da realidade é preciso distinguir a prestação de serviço de saúde realizada pelo setor privado da que é realizada pelo serviço público. Do ponto vista do serviço privado a cidade não tem do que se queixar. São várias clínicas com médicos especializados em diversas áreas, sendo que os hospitais, as casas de saúde e as maternidades possuem equipamentos modernos. O exemplo do sucesso do setor é o fato das clínicas médicas viverem abarrotadas de pacientes oriundos de diferentes cidades da região e de estados vizinhos. Na prática a coisa funciona mais ou menos assim: se você tiver dinheiro, terá uma boa prestação de serviço de saúde.

Do outro lado a coisa é totalmente diferente. O melhor exemplo dos péssimos serviços prestados no serviço público é o
Hospam. O nosso Hospital Regional é o retrato do descaso com o qual a saúde pública é tratada no Brasil. Faltam médicos
em diversas especialidades, faltam equipamentos modernos, sem contar que o órgão é usado para beneficiar apadrinhados políticos, prática comum em outros órgãos públicos, sejam eles federais, estaduais ou municipais. Na verdade o grande culpado pela precária situação em que se encontra o Hospam, é o governador Eduardo Campos (PSB). O pior governador do Brasil no que se refere à valorização do servidor público.

Infelizmente muitas coisas negativas que acontecem na gestão estadual são abafadas, pois em Pernambuco o que impera é a lei do silêncio. Isso ocorre porque Eduardo patrocina, através de empresas públicas, a maioria dos blogs jornalísticos e as emissoras de rádio do estado, sem falar do contrato milionário que beneficia os três principais jornais da capital: Jornal do Commércio, Diário de Pernambuco e Folha de Pernambuco. Os jornais recebem mensalmente uma “bolada” para distribuir diariamente, e de forma gratuita, os seus exemplares para cada professores da rede estadual. Na linguagem popular isso quer dizer que “quem paga é quem escolhe a música”.

Mas mesmo com a lei do silêncio, ainda existem veículos de comunicação como o FAROL DE NOTÍCIAS que nos permitem exercer a liberdade de expressão e nos dão a oportunidade para que possamos resgatar alguns fatos que podem comprovar a irresponsabilidade de Eduardo Campos diante da situação da saúde pública em Pernambuco, e no caso específico, em Serra Talhada. Um deles foi a paralisação promovida por médicos do Hospam em 2007, que contou com adesão de médicos de outras cidades, na oportunidade os profissionais já denunciavam a falta de estrutura física e de equipamento para o atendimento dos pacientes, além da falta de material humano e os baixos salários que eram pagos. A falta de atenção do governador com a classe foi à gota d’água para que alguns profissionais do hospital viessem a pedir demissão.

Diante de todo esse cenário, fica comprovado que a saúde na cidade vive duas realidades extremamente antagônicas, enquanto
o serviço privado cresce a passos largos, o público vive mergulhado em fracassos, denúncias e o pior, a morte
constante de pessoas que em geral não dispõem de dinheiro para pagar por um bom atendimento no setor privado.
Portanto, o discurso político de que Serra Talhada é o 4º polo médico do Estado não passa de uma grande falácia, mais
uma entre tantas que são ditas a cada eleição. Tudo isso com um simples propósito: conseguir os votos da população menos esclarecida. Depois de toda essa análise fica uma pergunta no ar: o que vale mais, o discurso mentiroso para conseguir votos, ou investir sem mesquinharia na melhoria da prestação dos serviços públicos de saúde?

DA AÇÃO A OMISSÃO – O mesmo Augusto César (PTB) que quando prefeito do município em 1993 se juntou aos
movimentos sociais como a CONTAG, FETAPE e a CUT, para ocupar a sede da SUDENE com o objetivo de denunciar o
agravamento dos efeitos da seca e reivindicar o envio de ajuda financeira do governo federal para as cidades afetadas pela estiagem, é o mesmo que hoje se cala diante da maior seca dos últimos 50 anos. A atual postura de Augusto é o reflexo de todas as contradições políticas que ele vem praticando nos últimos anos.

O ETERNO SILÊNCIO – Já com relação ao deputado Inocêncio Oliveira não se pode espera muita coisa no que se refere a seca no Nordeste, pois durante os seus nove mandatos como parlamentar, ele nunca se manifestou publicamente sobre qualquer assunto que fosse do interesse da população sertaneja ou até mesmo que tivesse relevância para o país. O que ele gosta mesmo e de um “lugarzinho” na mesa diretora da Câmara dos Deputados.

Um forte abraço a todos e até a próxima!