Crédito da foto: Comissário da Polícia Civil, Cornélio Pedro.
Crédito da foto: Comissário da Polícia Civil, Cornélio Pedro.

Por João Nunes de Souza, serra-talhadense da gema que reside hoje em Aracaju (SE)

Que Serra Talhada é um berço cultural, duvidar ninguém ousa, além de estar encrustada numa região sem parâmetros no mundo quando o assunto é a poesia de viola, o repente. Um pouco mais além, e sem bairrismos, podemos afirmar que o estado de Pernambuco abriga o maior acervo cultural e histórico, além de desenvolver a maior diversidade cultural entre todos os membros da federação.

Nossa cidade tem mestres em quase todos os segmentos das artes, citarei um de cada área, claro que têm outros, mas os não citados hão de me perdoar. Na Música temos Zé Marcolino; na Literatura, Emigdio de Miranda; no Cinema, Petrônio; no Teatro, José Arilson Lopes; na Fotografia, Álvaro (Vou abrir um parêntese para Aluizo Nunes, fotógrafo de igual talento).

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Os assíduos leitores me perdoem se esqueci alguma tendência artística existente na terra de Lampião.

Deixei de fora, propositalmente, as Artes Plásticas. O fiz por estar deliciosamente surpreendido com o talento, entrega e vibração do artista que conheci em visita à Serra Talhada no último período natalino. Como disse, conheci o Artista, pois a Pessoa já convivia há muito tempo. O Paulo Rodrigues, ou simplesmente Parosi, mostrou-se um verdadeiro monstro nas diversas modalidades da Escultura.

Suas obras encantam pela simplicidade, realismo e riqueza de detalhes. Já conhecia alumas peças do Parosi, a exemplo do “Professor Adauto”, uma tela em tamanho gigante, confeccionada em montagem de mosaico, exposta no saguão da Tupan Construções. Conhecia também outras belas obras primas, também em mosaico, que começam a se espalhar pelos cantos dessa cidade tão carente de paisagens leves e alegres.

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O que me causou prazeroso espanto foi uma visita ao seu atelier. Cantinho simples, localizado na histórica Concha Acústica de Serra Talhada, o espaço nos leva à delícia e ao delírio ao apreciarmos obras que, depois de prontas, nos dão uma nítida sensação de não ser possível a confecção com meras mãos humanas auxiliadas apenas por rústicas ferramentas.

Outra observação que pude fazer é quanto ao gosto e o desprendimento deste Senhor, na busca por deixar uma herança insubstituível em nossa cidade. Não raro encontrarmos detalhes em bustos, alpendres e calçadas públicas que levam a sua assinatura.

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Um grande abraço aos conterrâneos, em especial ao mestre paulo e sua companheira, a não menos responsável por tudo, minha amiga Netinha.