SAO PAULO/SP - 07/10/2012 - JOSE / DIRCEU - NACIONAL/OE - O ex Ministro Jose Dirceu chegando para votar.Por Jorge Apolônio, policial federal e membro da Academia Serratalhadense de Letras (ASL)

Em virtude de minha profissão, um dia me foi determinado pelo meu então superintendente que escalasse uma equipe e fosse junto realizar a segurança de José Dirceu, então ministro da Casa Civil. Isso foi em 2004, na visita dele por um único dia à cidade de Palmas-TO, onde eu trabalhava na época.

Recebemo-lo cedo no aeroporto. Ele usava um jatinho da FAB. Cumprimentei-o, apresentei-me, apresentei a equipe da qual eu era chefe e lhe disse que nós éramos os responsáveis pela segurança dele durante aquele dia.

Partimos para os compromissos e confesso que me impressionou a capacidade de articulação que Dirceu tinha para dar encaminhamento às demandas e solucionar problemas. Participamos o dia inteiro de diversos eventos com inúmeras autoridades, entre elas o governador, vice, senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos, vereadores, além de autoridades outras e petistas de todos os matizes.

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Entre os diversos atos, ele realizou uma assembleia com os petistas no teatro Fernanda Montenegro e ainda deu uma palestra no auditório da faculdade ULBRA.

Um ato do qual nunca me esqueci foi o momento em que Dirceu transformou a universidade estadual em Universidade Federal do Tocantins (UFT) com uma simples ligação de seu celular para Cristóvão Buarque, então ministro da Educação. Esse telefonema ocorreu na sala do governador Marcelo Miranda diante de várias autoridades.

O homem era uma espécie de primeiro-ministro do país, mandava muito, dividia o poder com o Lula, seria o sucessor natural na presidência. Era o segundo ano do primeiro governo Lula. Nem Dirceu nem ninguém imaginava que sua ideologia iria dar no que deu.

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No fim daquele dia quente, típico do Tocantins, todos ainda de paletó e gravata, devolvemo-lo ao avião. Um repórter fotográfico do Jornal do Tocantins tirou uma foto de nós dois ladeados na despedida, ficou de me entregar no outro dia, mas nunca entregou. Também não me faz a menor falta. Seria um motivo de vergonha para mim.

São ossos do ofício. Já fiz a segurança de Renan Calheiros, entre outros. Na Copa do Mundo de 2014, em Salvador -BA, fiz parte da equipe de segurança do Secretário-Geral da Fifa Gerome Volcker e do presidente da Fifa Joseph Blatter. Qual a diferença?