Os estragos feitos pela enchente de 1967 em ST

Lembro o dia, tinha 8 anos morava na Zona Rural à margem do Rio Pajeú. A água não levou nossa casinha, mas carregou toda nossa plantação, não deixou nada, era parte do que tínhamos para sobreviver. Meu querido Avô/pai replantou tudo e obtivemos uma grande safra, melhor da que perdemos. Foram dias difíceis. É a vida! - Tenho saudade. Valeu Paulo Cesar Farol. Gosto muito das histórias da minha querida Serra Talhada.

Fico a imaginar: será que os Engenheiros que projetaram as Pontes da Linha Férrea exageram no dimensionamento de suas alturas em áreas de alagamentos naturais? Soube que a área alagável conhecida como “Lagoa Maria Timóteo” historicamente sempre foi passagem de um dos afluentes da Margem direita do Rio Pajeú, o “Riacho do Saco” também com seus afluentes de origem de parte da Serra da Borborema; Soube também que tanto o “Açude do Saco” quanto o “Açude da Borborema” foram pensados e projetados para armazenar água e contenção de alagamento. Se essas informações tem fundamento, não consigo entender como Prefeito(s) permitiu(ram) alterar as características natural da “Lagoa Maria Timóteo”, com reaterros para construção de Obras Publicas como: o “Novo Pátio da Feira”, “Praça da Alimentação”; trecho da “Perimetral” e “Terminal Municipal de Transporte Alternativo”. Esqueceram até do traçado do “Riacho do Saco” entre o ‘Açude da Borborema” e o “Rio Pajeú”, da Ponte da BR 232, Ponte da Linha Férrea e Bueiros sob a Via que liga o Bairro do Alto do Bom Jesus ao Centro da Cidade. Todo Fenômeno da Natureza ocorre ciclicamente em períodos distintos e com intensidade distintas. Historicamente se conhece o Ciclo das chuvas do Sertão do Pajeú e os prejuízos decorrentes principalmente das enchentes. Na área urbana da Sede do município de Serra Talhada a referencia mais antiga são os alagamentos da “Lagoa Maria Timóteo” por represamentos das águas de enxurradas do “Rio Pajeú” e seu afluente “Riacho do Saco”, segundo o povo mais velho já ter atingido a “Igreja do Rosário”. Quero acreditar que os Engenheiros da Ferrovia estavam certos. E como todos Projetos de Infraestrutura são elaborados considerando levantamentos prévios de registros de dados da localidade e com a população da época, sobre o Ciclo Hidrológico da Região. Com visão no longo prazo, projetaram Aterros e Pontes com altura de cotas que impediriam alagamentos nos trechos traçados da Linha Férrea. Logo, seria referência de “Cota” para qualquer ocupação urbana que viesse a ocorrer em área alagável. O Resultado de tudo isso são os prejuízos materiais e financeiros dos Comerciantes Permissionários do “Novo Pátio da Feira” e da “Praça da Alimentação” e dos Imóveis Comerciais privados que se instalaram nas proximidades, toda vez que ocorrem alagamentos decorrentes das Chuvas e Cheia do Rio Pajeú e seus afluentes. Sem deixar de considerar o surgimento de Doenças de Origem Hídrica e de Veiculação Hídrica entre a população que tem contatos com essas águas.