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Fotos: Farol de Notícias / Alejandro García

No início da noite dessa quinta-feira (22) o prefeito Luciano Duque entregou a Farmácia Municipal que homenageia um dos mais famosos farmacêuticos da história de Serra Talhada, Adalberto de Barros Primo. Na oportunidade o FAROL DE NOTÍCIAS conversou com Duque que falou sobre os problemas econômicos que Serra Talhada enfrenta e deixou claro que as últimas movimentações da oposição não o assustam, pois confia no julgamento do povo. O gestor ainda falou sobre as modificações que a Câmara de Vereadores pretende fazer na zona azul e diz que Legislativo não pode “brincar de fazer leis e desmanchar”. Confira na íntegra a entrevista!

ENTREVISTA COM O PREFEITO LUCIANO DUQUE

FAROL: Prefeito, a Câmara Municipal de Vereadores irá realizar mudanças na lei da zona azul. O senhor concorda com as modificações?

LUCIANO DUQUE: Nós temos que preservar aqui que foi decidido, a sociedade e o governo vem discutindo a zona azul há mais de um ano. Implantamos o projeto na Câmara, a Câmara teve todo o tempo do mundo da sociedade civil de discutir o modelo. Nós licitamos e esse projeto não houve nenhum questionamento, a empresa ganhou confiando no governo de Serra Talhada e se nós formos mudar essa lei a empresa vai acabar entendendo que houve quebra de contrato e vamos ter uma ação de indenização.

Eu acho que é preciso entender que nós não estamos inventando. Zona Azul existe na maioria dos municípios de médio e grande porte do país, esse modelo é certo e tem dado resultados. Agora, pactuar ações que possam resolver questões com os funcionários, questões como estacionamento de carga e descarga, estacionamento na lagoa para veículos de carga que fazem pequenas entregas; isso é possível. Nós não podemos criar uma situação de insegurança jurídica, temos que respeitar o contrato assumido e as leis aprovadas. Os vereadores não podem estar brincando de fazer leis e desmanchar.

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FAROL: Ainda sobre a zona azul, o senhor acredita que alguns setores da sociedade estão indispostos com o projeto?

LUCIANO DUQUE: Eu participei de uma mudança profunda que foi a retirada dos camelôs, das barracas das ruas, foi feita a movimentação para colocar lá na lagoa. Todo mundo foi contra, hoje todo mundo vê que foi a medida correta. Toda mudança que tira as pessoas da zona de conforto e não há uma compreensão de que a zona azul é um estacionamento que cria a possibilidade de qualquer cidadão poder estacionar e não permite a privatização de vagas. Porque um cara que chega de manhã, um cidadão e sai à noite, impede o direito de outros cidadãos irem ao banco de irem ao comércio e por isso que se criou esse sentimento sobre a zona azul.

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FAROL: O senhor declarou em uma entrevista de rádio que o governo não vai cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, o que os serra-talhadenses poderão esperar de agora em diante do governo?

LUCIANO DUQUE: Nós já ultrapassamos o limite, o limite é 54% e nós já estamos com 54.3, desde o início do governo que eu venho segurando, toureando, reduzindo sempre o número de funcionários. Se você for no Tribunal de Contas você vê que eu tenho menos funcionários do que eu tinha no início do governo, agora aumentamos os serviços. Agora eu tenho 23 PSF, eu tinha 12, não tinha STTrans, não tinha Agência do Meio Ambiente, Capsi, não tinha uma série de equipamentos que nós inauguramos e a gente está mantendo com um número de funcionários menor. Com essa crise, o grande problema é que a gente não tem a função de futurologista.

Até junho nós tínhamos expectativas e todos os municípios, discutimos na ABM, na CMN uma frustração de receita de 20%, 22%. Até junho vinha nesse patamar, quando chegou em setembro foi para 40$. E a frustração foi muito profunda porque ela veio No FPM, veio da redução da atividade econômica com Icms e principalmente no ISS e IPBI. Quem compra e vende terrenos de casas em Serra Talhada numa crise dessas? Ninguém. Ou seja, era uma das boas fontes de receita que nós tínhamos, você sabe disso, tudo o que a gente tá vivendo na construção civil. Com essa redução da receita fugiu qualquer planejamento.

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É como você, dona de casa, ganha mil reais e da noite para o dia o teu patrão diz que você vai ganhar 600. Tem filho na escola, tem plano de saúde, tu tem um carro para botar gasolina, então você tem que reduzir todas as despesas. No município não é diferente.Então, muitos podem dizer. Não, você não planejou direito. É impossível planejar em um cenário de incerteza, em uma crise que a gente está vivendo do ponto de vista institucional das mais sérias que a gente já viu nesse país. Mas ainda assim nós continuamos com o mesmo planejamento de entrega de obras, vamos entregar o mês que vem o PSF da Borborema, a UBS do Ipsep, a UBS do Centro II, a UBS de Bernardo Vieira, vamos entregar a praça do CEO. Já licitamos todos os equipamentos, só estamos esperando que venham instalar.

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Tem tanta coisa aí, eu quero inaugurar agora uma bateria de pelo menos 50 poços instalados.É isso que eu disse a pouco, nós nos planejamos para qualquer adversidade. Quando eu assumi eu aprendi que tinha que tourear, eu peguei R$15 milhões de débitos, administrei e não deixei de pagar as contas dos funcionários que ficaram, não deixei de pagar as contas dos empreiteiros, as contas da farmácia, as contas, do supermercado. Eu paguei a todo mundo, porque eu vejo algumas pessoas dizerem: ‘o prefeito não devia ter pago as contas’, era justo que eu não pagasse as contas se eu devesse ao Farol de Notícias, por exemplo, se o ex-gestor estivesse devendo? Vocês iam estar na minha porta me cobrando.

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É isso que a gente tem que entender que tem que ter responsabilidade fiscal, você tem que pagar a quem fornece serviço. E eu não penso dessa forma, sou de uma família de formação cristã e empresarial, ou seja, eu acho que quem vendeu tem que receber. Estamos agora com alguns atrasos, reconheço. Mas não somos só nós, Patriota hoje dizia que 90% dos municípios hoje estão com atrasos consideráveis, nos salários. Não nos salários de folha, é uma minoria que está com atraso salário de folha, mas contratados, de fornecedor, de insumos tem atrasos. Mas é, fazer o dever de casa para que até fevereiro a gente esteja com as contas equilibradas.

FAROL: Prefeito, para finalizar. A oposição se reuniu essa semana e uma das principais pautas da reunião foi reunir forças para assegurar que o PT não permanecerá no governo. O senhor está preparado para essa disputa em 2016?

LUCIANO DUQUE: Quem vai responder isso é o povo, porque oposição não tem o dom de saber o desejo do povo. O povo julga trabalho, então ficar gastando saliva não dá voto não. Esse é o caminho, trabalho!